quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Gypsy by Ane Halfen

Gypsy



































Por: Ane Halfen






Prólogo




N/A O prólogo é uma parte de Amanhecer, para vocês se situarem de onde a história começa.


Pov Jacob Black

-Vá, Jacob. Dê o fora daqui.- Ele não me disse isso de forma áspera. - ele lançou as palavras para mim como se fosse para preservar minha vida. Ele estava me ajudando a achar a saída que eu estava morrendo para achar.

O objeto em minha mão eram as chaves de um carro.

Eu meio que tinha um plano enquanto eu corria para a garagem dos Cullen. A segunda parte disso era a destruição do carro do sugador de sangue no meu caminho de volta.

Então eu estava em ruínas quando eu apertei o botão do controle remoto, e não foi o volvo que bipou e jogou suas luzes em mim. Foi outro carro - um carro proeminente, mesmo junto daqueles carros que eram todos praticamente -de babar.

Ele realmente quis me dar as chaves de um Aston Martin Vanquish ou isso foi um acidente?



Eu não parei para pensar sobre isso, ou se isso mudaria a segunda parte do meu plano. Eu simplesmente me joguei dentro do banco de couro macio e liguei o motor enquanto meus joelhos ainda estavam amassados embaixo do volante. O rugido do motor talvez me fizesse lamentar em algum outro dia, mas agora tudo o que eu podia fazer era me concentrar o suficiente para poder dirigir.

Eu achei o lugar do cinto e encostei-me ao banco enquanto meu pé forçava o pedal para baixo. Pareceu que o carro voou enquanto avançava.

Levou só alguns segundos para passar pela curva fechada. O carro respondia a mim como se meus pensamentos estivessem dirigindo e não minhas mãos. Quando eu passei do túnel verde para a rodovia, eu peguei um reflexo curto do rosto cinza de Leah, espiando pelas samambaias.

Por meio segundo, eu e perguntei o que ela tinha pensando, e então eu percebi que não me importava.

Virei para o sul, porque hoje não tinha paciência para cruzamentos, transito ou qualquer outra coisa que me fizesse tirar o pé do acelerador.

De um jeito doentio, esse era meu dia de sorte. Isso se por sorte você entende dirigir em uma rodovia a 200 km/h mais ou menos e não ver nenhum policial, mesmo no limite de 50 km/h que seguravam os carros dessa cidade. Que decepção. Uma perseguiçãozinha teria sido legal, sem falar que a informação da placa iria multar o parasita. Claro, ele subornaria o policial para se livrar da situação, mas podia ter sido um pouco inconveniente para ele.

O único sinal de vigilância pelo qual passei foi só um lampejo de pêlos marrons passando pelas árvores, correndo paralelamente a mim por alguns quilômetros no lado sul de Forks. Quil, me pareceu. Ele deve ter me visto também, porque desapareceu depois de um minuto sem dar um aviso.

Novamente, eu estava me indagando qual seria a história dele antes de me lembrar que eu não me importava.

Eu corri em uma rodovia em forma de U, indo para a maior cidade que eu poderia achar. Essa era a primeira parte do meu plano.

Pareceu que ia durar para sempre, provavelmente porque eu ainda estava me apoiando nos escudos da razão, mas na realidade não levou mais que duas horas até que eu estivesse dirigindo para o norte, rumo à expansão indefinida que era parte Tacoma e parte Seattle. Eu diminuí a velocidade então, porque eu realmente não estava tentando matar algum pedestre inocente.

Este era um plano estúpido. Não iria funcionar. Mas, assim que eu vasculhei minha mente atrás de qualquer maneira de fugir da dor, o que Leah disse hoje ressurgiu.

Deveria ir embora, você sabe, se você tiver um Imprinting. Você não deveria ter que machucá-la nunca mais.

Pareceu-me que, talvez, alguém pegando suas escolhas e jogando-as longe de você não era a pior coisa no mundo. Talvez esse sentimento deste jeito fosse a pior coisa no mundo.

Mas, eu vi todas as garotas de La Push e até mesmo Makah e de Forks. Eu precisava de um maior raio de caça.

Então, como você procura sua aleatória alma-gêmea no meio da multidão? Bem, primeiro, eu precisava de uma multidão. Então no meio de uma, procurando por um provável reconhecimento. Eu passei por uns shoppings, os quais seriam ótimos para encontrar garotas da minha idade, mas eu não consegui me fazer parar. Eu queria ter a impressão com alguma garota que ficava o dia inteiro em um shopping?

Eu continuei indo para o norte, e foi ficando cada vez mais cheio. Eventualmente, achei um grande parque lotado de crianças e família e skates e bicicletas e pipas e piqueniques e mais de tudo um pouco. Eu não havia percebido até agora - era um dia lindo. Sol e tudo mais. Pessoas ao ar livre celebrando o céu azul.

Eu estacionei do outro lado de duas vagas para deficientes - apenas implorando por uma multa - e me juntei à multidão.

Andei em círculos pelo que pareceram horas. Tanto que o sol havia mudado de lado no céu. Comecei a lembrar o rosto de cada menina que havia passado em qualquer lugar próximo a mim, forçando a mim mesmo a olhar realmente, reparando em quem era bonita e que tinha os olhos azuis, e que ficava bem de braceletes, e quem se maquiou de mais. Tentei achar alguma coisa interessante em cada rosto, e então eu poderia ter certeza de que realmente tentei. Coisas como: esta aqui tem realmente um nariz reto; aquela deveria tirar os cabelos da frente dos olhos; esta aqui deveria fazer anúncios de batom e se o resto da face fosse perfeito como os lábios…

Ás vezes, algumas retribuíram meu olhar. Ás vezes pareciam assustadas - como se estivessem pensando, Quem é este maluco grande que fica me encarando? Algumas vezes pensei que elas olhavam com algum interesse, mas talvez fosse apenas meu ego correndo selvagem.

De qualquer maneira, nada. Mesmo quando eu encontrei os olhos da garota que era - sem competição - a garota mais gostosa no parque e provavelmente na cidade, e ela encarou-me de volta com ares de quem parecia interessada, não senti nada. Apenas o mesmo desespero em dirigir e achar uma rota para fugir da dor.

Conforme o tempo foi passando, eu percebi todas as coisas erradas. Coisas da Bella. Esta tinha o cabelo da mesma cor. Os olhos moldados do mesmo jeito. Os ossos da bochecha atrás da face exatamente do mesmo jeito. A mesma ruga entre os olhos - que me fazia imaginar sobre o que ela estava preocupada…

Foi quando resolvi desistir. Porque era além da estupidez pensar que eu estava exatamente no lugar e na hora certa e eu iria apenas caminhar ao encontro da minha alma-gêmea só porque eu estava desesperado para fazê-lo.

Não teria sentido achar ela aqui, de qualquer maneira. Se Sam tivesse razão, o melhor lugar para achar meu par genético seria em La Push. E, claramente, ninguém lá servia. Se Billy tivesse razão, então quem sabe? Que isso foi mesmo feito para gerar um lobo mais forte?

Eu vaguei de volta ao carro e então tombei contra o capô e brinquei com as chaves.

Talvez eu fosse o que Leah pensou que ela era. Alguma espécie de beco sem saída em que minha vida era uma grande, cruel piada, e não havia como escapar disso.

-Ei, você está bem? Oi? Você aí, com o carro roubado.

Levou-me um segundo perceber que a voz estava falando comigo, e então outro segundo para decidir levantar minha cabeça.

Uma menina parecendo familiar estava me encarando, com a expressão meio ansiosa. Eu soube porque eu reconheci a face dela - eu já tinha catalogado esta aqui. Cabelo vermelho-ouro claro, pele clara, algumas sardas espalhadas pelas bochechas e nariz, e olhos cor de canela.

-Se você está sentindo remorso por roubar o carro, -ela disse, sorrindo de forma que uma covinha aparecia no queixo dela, -você sempre poderá se entregar.

-É emprestado, não roubado, - eu repreendi.

Minha voz soou horrível - como se eu estivesse chorando ou algo. Embaraçoso.

-Certo, isso te salvará no tribunal.

Eu fiz uma carranca. -Você precisa de algo?

-Não realmente. Eu estava brincando sobre o carro, você sabe. É só que… Você realmente parece aborrecido com algo. Oh, ei, eu sou ! -. Ela ofereceu a mão dela.

Eu olhei para a mão estendida até que ela a deixou cair.

-De qualquer maneira…? ela disse sem jeito, -eu apenas desejava saber… se eu podia ajudar. Pareceu que você estava procurando por alguém antes. - Ela gesticulou em direção ao parque e encolheu os ombros.

-Sim.

Ela esperou.

Eu suspirei. -Eu não preciso de ajuda. Ela não está aqui.

-Oh. Sinto muito.

-Eu também.- eu murmurei.

Eu olhei para a garota novamente. . Ela era bonita. Bastante gentil para tentar ajudar um estranho resmungão que devia parecer doido. Por que ela não poderia ser a escolhida? Por que tudo tinha que ser tão estranhamente complicado? Uma garota agradável, bonita e meio engraçada. Por que não?

-Esse é um carro bonito,- ela disse. -É realmente uma pena que não façam mais dele. Eu quero dizer, a modelagem da estrutura de Vantage é linda também, mas tem alguma coisa sobre o Vanquish…

Garota legal que conhece carros. Wow. Eu a encarei mais duramente, desejando que eu soubesse como fazer isso funcionar. Vamos, Jake! - Imprintig agora.

-Como é dirigir?- ela perguntou.

-Como você não imaginaria.- eu disse a ela.

Ela deu aquele seu sorriso, claramente satisfeita de ter arrancado uma meia resposta gentil de mim, e eu dei a ela um relutante sorriso de volta.

Mas o sorriso dela não ajudou quanto à dor, lâminas cortantes que raspavam meu corpo para cima e para baixo. Não importava quanto eu queria, minha vida não iria se arrumar assim.

Eu não estava naquele lugar saudável ao que Leah se conduzia. Eu não estava sendo capaz de me apaixonar como uma pessoa normal. Não enquanto eu estava sangrando por outra pessoa. Talvez - se isso fosse em dez anos e o coração de Bella estivesse morto e eu tivesse passado por todo o processo de me afligir e sair inteiro de novo - então, talvez, eu pudesse oferecer para a uma carona em um carro rápido e fazer planos, e conhecê-la um pouco e ver se eu gostaria dela como pessoa. Mas isso não ia acontecer agora.

Magia não ia me salvar. Eu teria que agüentar a tortura como um homem. Engolir isso.

esperou, talvez esperando que eu oferecesse aquela carona. Ou talvez não.

-Acho melhor eu devolver esse carro de quem eu peguei emprestado-, eu murmurei.

Ela sorriu de novo. -É bom saber que você está indo no caminho certo.

-Sim, você me convenceu.

Ela me olhou entrar no carro, ainda meio que preocupada. Eu provavelmente parecia com alguém que estava prestes a se jogar de um precipício. Algo que eu provavelmente faria, se esse tipo de coisa funcionasse com um lobisomem.

- ! – alguém a chamou.

Desviei os olhos para a garota que se aproximava, e então tudo ao redor pareceu perder o foco. Só ela parecia se destacar no meio a paisagem borrada.

- Estou indo ! – respondeu e depois de virou para mim. – Então a gente se vê por ai! – ela me disse antes de se virar e correr para o anjo que se aproximava.










Capítulo 1





Tudo o que me prendia a minha existência se perdeu, como se minha vida fosse remoldada. O amor por Bella, meu amor pelo meu pai, minha lealdade para o meu novo bando, o amor pelos meus outros irmãos, meu ódio pelos meus inimigos, meu lar, meu nome, eu mesmo - Nada tinha a mesma importância. Tudo ainda estava lá, claro! Mas agora haviam mudado de posição. Por que nada mais era tão importante que nem a garota desconhecida, de longos cabelos escuros e olhos amendoados castanhos esverdeados. Os mais lindos que eu já havia visto.


!


Esse era o nome da garota pelo qual minha vida agora orbitava ao redor! Como se a única coisa que impedisse de sair flutuando, não era a gravidade e sim os cabos que me prendiam a essa menina.


Eu estava tão fascinado que meu corpo não respondia. Uma voz no fundo da minha cabeça gritava desesperada “Faça alguma coisa, seu idiota, ela está indo embora!”. Mas a única reação do meu corpo foi deixar meu pé soltar a embreagem de vez com o carro ligado e engatado na ré. Ele deu um salto e então o motor morreu.


brecou e virou o rosto para mim.


- Problemas com o carro? – ela perguntou sorrindo. parou com as mãos na cintura me olhando com curiosidade. Antes que eu pudesse negar continuou. – pode dar uma olhada se você quiser! Ela é boa com motores.


Claro que ela era.


- Não! Problema nenhum!- disse me arrependendo logo em seguida.


- Ok! Então tchau! – disse sorrindo. As duas garotas se viraram e começaram a se afastar.


- Você não tem jeito! – ouvi a repreender .


Burro! Idiota! Toma uma atitude!


-Esperem! – saltei do carro dando uma corrida curta até elas. As duas pararam e se viraram para me olhar- Vocês não querem uma carona?


- Claro que sim! – respondeu empolgada.


- Não! – disse desconfiada. – Afinal eu estou de carro. – ela justificou.


- Mas nós podemos dar uma volta, não é? – perguntou.


- Claro, claro! – disse sem desviar o olhar dos olhos de .


- você conhece esse garoto?- perguntou para a amiga quebrando a corrente que ligava nossos olhares.


- Mas é obvio! Esse é o ...- me cutucou com o cotovelo. - ...o...


olhou pra ela com olhar desaprovador.


- Jacob Black! – me apresentei estendendo a mão para . – Mas pode me chamar de Jake!- sorri.


piscou algumas vezes, enquanto me encarava. Ouvi seu coração acelerar, o que me fez sorrir mais. Ela baixou os olhos para a minha mão estendida e engoliu em seco.


agarrou minha mão se pondo em frente a . – Diehl! Essa é minha amiga , mais conhecida como ! Prazer!- ela soltou minha mão.- Pronto , agora podemos dar uma volta?


- Eu não vou entrar no carro de um estranho! – ela respondeu.


Cuidadosa. Bom, muito bom! Mas eu tinha que conquistar sua confiança.


- Tecnicamente, não sou mais um estranho! Afinal eu me apresentei. – falei sorrindo.


- E você viu o carro dele? Quer dizer, o carro emprestado dele? – se corrigiu.


- Não me interessa se ele dirige um Aston, eu não vou entrar no carro com ele!


Claro que as coisas pra mim não poderiam ser fáceis. Mas isso só me deixava mais instigado.


- Por favor! – implorou.


olhou para mim e depois para a amiga, então com um suspiro longo seus ombros caíram vencida.


- Muito bem, Jacob Black! Me dê sua mão! – ela ordenou.


Eu estranhei o pedido, mas como todo o meu corpo ansiava pelo toque dela, estendi minha mão sem nem pensar duas vezes.


segurou minha mão ainda me olhando nos olhos. Eu senti todo meu corpo formigar e minha respiração acelerar somente com o toque dos dedos dela. Ela virou minha mão com a palma para cima e deslizou a dela por cima da minha. Mordeu os lábios antes de baixar os olhos. Vendo-a prender o lábio inferior com os dentes, num ato inocente de receio, contudo eu não vi daquela maneira. Senti de certa forma meu corpo se aquecer, eu estava com vontade de repetir aquilo, mas com meus próprios dentes e seus lábios. Suas sobrancelhas se juntaram e uma ruga se formou em sua testa.


Ela estava lendo a minha mão?!?o.O


Ela levantou os olhos assustada me encarando. Ainda ficou um tempo a mais segurando minha mão. Então ela me soltou.


- E ai tudo certo?- perguntou para ela.


- Sim. – ela sussurrou.


- , eu te conheço. O que você viu?- perguntou.


Então ela realmente estava lendo a minha mão!


- Nada demais está tudo certo! Você pode ir com ele, mas eu tenho que ir!


IR! Como assim? Não, ela não podia ir!


Antes que eu pudesse agir, pega-la no colo e levá-la dali, se atravessou em minha frente. Verbalizando meus pensamentos.


- Como assim dona ? Você me arrastou até aqui pra fugir do... bom você sabe quem, e agora quer voltar?


me olhou por alguns instantes, ela parecia muito preocupada com o que tinha visto. Ela parecia angustiada, e eu tive que segurar a vontade de abraçá-la, acabei enfiando as mãos nos bolsos.


- Olha, eu prometo que sou bonzinho, não sou nenhum tipo de marginal. – tentei soar engraçado, mas ela continuava preocupada.


- Você não é! – ela afirmou com convicção, como se me conhecesse de anos. sacudiu a cabeça como se tentasse colocar os pensamentos em ordens - Não é isso, Jacob! Eu sei que você não fará nada de errado, é que... – ela se virou para a amiga. – Bato deve estar preocupado.


Bato!! Quem raios era Bato? Será que era algum namorado? Só de pensar nisso, meu corpo se encheu de ciúmes. Não conseguia nem imaginar em outro cara colocando as mãos nela.


- Yep! – concordou. – E não era essa a sua intenção?


- Sim, mas eu acho que tá na hora de eu voltar para casa e aceitar o meu destino.


Destino? Será que ela não sabia que era o meu destino?


- Isso eu também acho. – respondeu.- Que pena Jake, mas vai ter que ficar para outra vez. – ela disse já se afastando com a .


- Esperem! – gritei, não suportando vê-la indo embora. – Pelo menos me digam onde vocês moram! - tentei não soar desesperado, mas minha voz saiu um pouco esganiçada.


- Estamos em Forks! – Lizzie respondeu, sendo repreendida severamente pela , que a puxou pelo braço.


Forks! Eu nunca as tinha visto em Forks! Mas isso não importava, assim seria fácil achá-la! Suspirei aliviado.


Mas agora eu tinha outras coisas para resolver de momento. Como o problema com os Cullens e Sam.







Capítulo 2





N/A Meninas a personagem principal de Gypsy fala algumas palavras em Romani, língua dos ciganos. Sempre que essas palavras aparecerem elas vão estar em negrito e logo ao lado entre parênteses aparece a tradução. Bjs









POV


Apertei o pé mais fundo no acelerador e olhei de soslaio para .


- Quer parar de aperta no freio imaginário?- perguntei já irritada.


- O freio pode ser imaginário, mas a placa de limite de 50 km por hora não era. – respondeu irônica . – Qual é o seu problema, o que você viu quando pegou a mão do Jake afinal? – perguntou enquanto checava pela milésima vez se o cinto estava bem preso.


Revirei os olhos. Eu sempre dirigia rápido e ela sempre reclamava, mas hoje ela tinha razão, os motivos de eu estar dirigindo mais rápido, era porque eu queria fugir dali. Fugir daquele garoto.


- Eu vi a destruição da nossa família. De Bato (pai).- Respondi.


levou a mão à boca e seus olhos se arregalaram. – Jacob vai fazer isso? – perguntou alarmada.


Respirei fundo antes de pegar a saída da S Forks Ave para uma estradinha de chão que levava para a parte sul da cidade. – Não é ele que vai fazer isso, sou eu.


- O que? – perguntou mais assustada ainda.


- Eu não vou permitir que isso aconteça, . – respondi convicta. – É só me manter afastada daquele Gadjó. (Não- cigano).


arregalou mais os seus olhos cor de canela, e eu quase pude ver uma luz clareando seus pensamentos. Ela havia entendido.


- Vocês dois? – ela deixou a pergunta do ar.


Eu não respondi, apenas apertei os olhos, tentando apagar as visões de eu e Jacob juntos. Pisei rapidamente no freio, fazendo com que meu carro derrapasse um pouco antes de parar por completo, na parte externa do grande acampamento.


- Nenhuma palavra sobre isso com ninguém. – adverti. somente concordou com um aceno leve de cabeça, ainda parecendo aturdida demais com toda a informação.


- Finalmente vocês apareceram!- Nadine gritou colocando as mãos na sua cintura, enquanto eu saia do carro. – Vamos, vamos! – ela disse me empurrando para que eu andasse mais rápido. Dei uma olhada a mais em que ficou parada me encarando com olhos cheios de pena. – Seu Bato está enlouquecido atrás de você! – não respondi nada, apenas bufei. Agora sim tinha que colocar na minha cabeça que o destino que meu pai escolhera para mim era o certo. – Selena, avise Leonel que a filha dele acabou de chegar. – ela disse se virando para uma das mulheres que nos acompanhavam até a grande tenda.


Foi logo eu colocar os pés para dentro que elas já começaram a tirar minhas roupas.


- Imagine se Leonel te vê usando essas vestimentas. – ela disse torcendo os lábios em desacordo. Olhei para o meu jeans, tênis e camiseta e dei de ombros.


Desde a morte de minha mãe há cinco anos, Nadine foi escolhida para ser minha ama. Ela era uma Mirinhorôn (viúva) sem filhos, e eu a filha única do Urai (Rei) de nosso povo. Para ela era uma benção. Mas para mim, ter Leonel como meu Bato (pai), e ainda ser sua filha única, era um tormento. Não que eu não amasse meu Bato, ou que eu não tivesse amado muito minha Daí (mãe), mas as responsabilidades que eu tinha iam totalmente contra o que eu queria para mim.


O meu maior problema era ter nascido uma Runin (mulher), e ter que aceitar as vontades de meu pai, porque nenhuma Calin (Cigana) era dona de seu próprio destino.


Minha mãe tivera sorte. Ela não era uma Calin. Ela se apaixonou por meu pai e ele por ela, na primeira vez que se viram. Então ela virou as costas para seu povo, sua cultura e abraçou a vida dele. E como meu pai era homem, ele podia escolher quem ele quisesse.


- Está tão quieta, . Qual é o problema?- Nadine perguntou enquanto esfregava minhas costas. Eu já estava dentro de uma grande tina de água quente cheias de pétalas de rosas, com um bando de mulheres com vestidos coloridos ensaboando, esfregando e perfumando cada parte de meu corpo. Elas pararam a tagarelice no momento em que Nadine perguntou, prontas para ouvir minha resposta.


Olhei para as outras mulheres, eu conhecia todas elas desde que nascera. Elas sabiam tudo da minha vida e eu das delas, não havia segredo entre elas, fofoca era algo comum entre o mundo cigano. Só em e Nadine eu poderia confiar, assim como confiava em minha mãe, antes dela ficar doente e falecer. Nadine entendeu meu olhar.


- Pronto, pronto! Todas para fora! Eu termino de vesti-la. Podem ir ajudar na decoração e ver se a ceia está pronta. – algumas mulheres reclamaram, mas nenhuma podia ir contra as ordens dela já que Nadine era responsável por mim.




Ela me olhou erguendo uma sobrancelha inquisitiva depois que todas saíram. Suspirei, enquanto me levantava e ela me cobria com uma toalha branca.




- Conheci um Chavo (garoto) hoje. – disse desanimada.




-Um Calón (cigano)? – ela perguntou enquanto me sentava em uma cadeira em frente ao meu grande espelho e começava a pentear meus cabelos.




- Não!- a escovação nos meus cabelos parou. Observei pelo espelho seus olhos me encarando. – Eu li sua mão!- falei. – É ele, Nadine. Meu Kambulin (amor).




- Santa Sara Kali! –ela exclamou com a mão na boca, - Você não pode minha menina! Não pode! Ainda mais agora que você vai...




- Eu sei!- falei enterrando o rosto nas mãos. – Eu não vou fazer nada! Vou aceitar o destino que meu pai escolheu pra mim. – ela suspirou aliviada e assentiu. – Vou dançar hoje a noite e fingir estar muito feliz, para deixar meu pai satisfeito. – eu não podia fazer isso contra meu pai. Me deixar envolver com um Gadjó, seria seu fim. Sua ruína. Eu era sua filha única, seu orgulho. Ter uma filha renegada o mataria.




- Isso mesmo minha flor!- ela disse voltando a escovar meus cabelos. – E você teve tanta sorte. Ele é lindo!- ela exclamou empolgada, aumentando o sorriso que marcavam suas rugas.




- Você o viu? – tentei parecer interessada, mas minha voz saiu morta.




Nadine me ajudava a colocar um vestido azul Royal. – Nem parece a noiva, parece a própria viúva. – comentou desgostosa. – Mas respondendo a sua pergunta, não o vi, mas recebi uma descrição detalhada dele pela Jandira, que foi junto recebê-lo no aeroporto. Ele é jovem e bonito. Mas você só vai conhecê-lo...




- No terceiro dia de festa. – completei sua frase, enquanto encarava pelo espelho, Nadine colocar um enfeite dourado em minha cabeça.




- Isso, e daqui a um mês vocês vão se casar!. – ela suspirou como se aquilo fosse um lindo conto de fadas, mas para mim era um conto de terror. – Você está linda! – ela exclamou batendo as mãos cheias de joias. – Agora vá se distrair. Mas nada de sujar o vestido, você tem que estar linda a noite. – disse como se eu tivesse cinco anos.




Fim POV




POV Jacob Black




Eu corria que nem um doido. Minhas patas cravavam no chão com força me impulsionando para frente. Depois que voltei para a casa dos Cullens, a filha de Bella nasceu, rasgando sua mãe de dentro para fora, permiti que Bella fosse transformada, desde que eles fossem embora assim que terminasse. Agora Bella ardia em cima de uma cama. E eu corria com meu bando de volta a La Push.




Era incrível como tudo tinha mudado em uma tarde. Um mundo de sofrimento agora parecia uma grande bobagem, porque nada que eu sentisse por Bella se comparava ao que eu sentia por .




Você vai encontrá-la, Jake Seth pensou otimista.




Só você mesmo para deixá-la ir embora. Os pensamentos azedos de Leah me fizeram trincar o maxilar.




Vamos logo! Já está anoitecendo e eu preciso resolver as coisas com Sam Apertei o passo.










A reunião com os anciões, para ser decidido o futuro do bando, havia sido marcado para a manhã seguinte. Todos diziam para que eu fosse para casa e descansasse, mas minha mente não deixava. As palavras de Leah zuniam como abelhas em minha cabeça. E se realmente eu a perdesse? E se eu nunca mais a encontrasse?




Agucei meu olfato enquanto corria, tendo o cheiro dela marcado na minha memória, como se ele me fosse conhecido há anos. Começaria pela periferia de Forks, correndo em minha forma de lobo, quando terminasse passaria pera a área mais central em minha forma humana. Eu tinha a noite toda para achar a razão da minha vida.




Ainda na minha forma de lobo, cheguei a parte sul da floreta de Forks, o cheiro dela me acertou como bálsamo. Todo o meu corpo relaxou quando reconheci sua voz, misturada a musica e risadas altas. Me aproximei devagar por entre as árvores, tomando todo o cuidado para não ser visto. Um grande acampamento cigano apareceu em minha frente, onde parecia que uma festa estava acontecendo. Contornei o acampamento tentando ter uma vista mais privilegiada de onde eu achava que ela estaria. Logo que cheguei o mais perto possível do centro do acampamento sem ser visto. preencheu meu raio de visão fazendo meu coração acelerar. Me transformei e me vesti, me mantendo invisível no meio das árvores, enquanto me fascinava a vendo dançar e sorrir. Ela era uma cigana!














N/A O inicio do vídeo é como eu imagino a cena. Ok florzinhas? Bjs







Capítulo 3











POV


Comecei a dançar no meio do circulo, com todos em minha volta aplaudindo. Eu sorria enquanto meu corpo se mexia com o ritmo da musica, mas por dentro eu sangrava. Passei o olhar por Bato, Nadine, minha batipurí (avó) paterna Consuelo, todos sorriam orgulhosos. Sinal que eu estava disfarçando bem.


Eu via o rosto deles, mas era só fechar os olhos que outros olhos apareciam. Dois olhos negros e sorridentes. Olhos que me chamavam. Porque eu não conseguia tirar esse garoto da minha cabeça?


Senti que estava perdendo a concentração e convidei meu pai para participar da dança, o que ele aceitou de imediato. Puxei batipurí e depois Nadine. Quando vi todos estavam dançando comigo. Por fim, puxei . Ela era minha melhor aluna de dança, e estava linda essa noite, por sorte conseguiria arranjar um bom marido, já que vários ciganos de grupos diferentes haviam vindo para a festa. E era isso que ela queria.


Quando notei que todos estavam distraídos, pedi licença para meu pai para me retirar um pouco, com a desculpa que estava com sede. Ele assentiu.


Me afastei , sempre cuidando se alguém me observava, mas todos se divertiam já um pouco alterados pelo vinho. Me sentei em um tronco afastado, onde eu sabia que a noite me esconderia. Lá eu poderia observar minha família, sem ser vista. Então deixei minhas lágrimas virem com força, eu não podia mais freia-las. Eu nunca quis aceitar meu destino, e quando ele muda, eu tenho medo de encara-lo. Porque Jake tinha que aparecer agora em minha vida? Me enlouquecendo tão rápido. Tomando posse dos meus pensamentos. Um rapaz que talvez eu nunca mais veja. O que estava acontecendo comigo?


- Psiu! – olhei para trás para ver quem chamava, mas só vi a escuridão da floresta. Me virei para frente novamente, pensando como eu deveria estar louca, pra já estar alucinando desse modo. – Psiu! – agora um chamado mais forte. – ! – meu coração acelerou no mesmo instante que reconheci a voz de Jacob. Ainda levei um segundo a mais para me virar novamente para a floresta. Tentando evitar o sorriso bobo que queria se formar em meus lábios e limpar o rosto molhado. Será que eu realmente achava que as coisas poderiam ser fáceis, e ele desaparecer da minha vida do mesmo jeito que havia aparecido?


Olhei para onde a festa acontecia. Ninguém realmente parecia sentir minha falta. Me levantei me virando para onde a voz de Jacob vinha. No mesmo ponto que antes eu olhara e não parecia ter ninguém, agora ele sorria. Seus olhos brilhando à luz da lua. Sacudi a cabeça de leve, tentando me livrar do momento deslumbre e recobrar a razão.


- O que você está fazendo aqui?- indaguei aos sussurros. Meus olhos se soltaram da prisão dos dele e correram para onde meu pai estava. – Vá embora! – ordenei.


Jacob ficou sério. – Não antes de você falar comigo!


- É perigoso Jacob! – sussurrei novamente. – Se te pegarem aqui, eu...


Ele sorriu de novo. Um sorriso aberto, iluminador. – Não se preocupe comigo, meu anjo. E eu só quero falar com você. – ele pediu.


Respirei fundo, lançando mais um olhar para meu pai que ria e dançava, e caminhei para dentro da floresta, me abaixei para desviar de Jake continuando a penetrar mais na segurança da escuridão das árvores. Ele me seguiu. Parei em um local, onde sabia que estávamos invisíveis, mas mesmo assim ainda tinha a visão do centro do acampamento.


- Como você me achou? – perguntei.


Ele sorriu mais parando bem próximo a mim. Meu coração batendo alucinado, zunindo em meus ouvidos. Eu poderia sentir seu cheiro maravilhoso e o calor inexplicável que irradiava dele.


- Eu moro aqui perto. – ele disse simplesmente.


Não era possível! Sacudi minha cabeça incrédula.


- E o que você quer comigo Jake?


Ele deu uma passo a frente, fechando mais o espaço entre nós. Jake ergueu a mão colocando uma mexa do meu cabelo para trás de minha orelha, seus dedos deslizaram pelo meu rosto. Eu fechei os olhos com a sensação de seus dedos quentes em minha pele. Abri os olhos quando senti sua respiração próxima demais. Ele estava a poucos centímetros de mim. Me deixei levar pela força que me empurrava até ele e fechei os olhos novamente, levantando o rosto.


Senti os lábios dele pressionando os meus de leve, o gosto doce de sua boca na minha, as mãos dele seguravam de leve minha cintura. Parecia que ele não queria me assustar. Mas eu já estava apavorada. Eu não tinha forças para lutar contra tamanha atração. Estiquei meus braços até seu pescoço, trazendo ele mais para mim. Senti sua língua pressionando meus lábios pedindo passagem, me causando uma reviravolta em meu estômago. Obedeci, deixando que minha língua se encontrasse com a dele, me causando um arrepio de prazer, que descia pela minha coluna. Minhas pernas amoleceram fazendo com que Jake me segurasse mais forte. Eu não sabia como meu coração ainda não tinha saltado do meu peito, tamanha a velocidade que ele batia. Já estava ficando sem ar, mas não queria que aquela sensação terminasse. Aquilo podia acabar como um sonho.


Jacob foi baixando a intensidade do beijo, até parar por completo, ficando só com a testa encostada na minha. Eu ainda mantinha os olhos fechados, enquanto acalmava minha respiração ofegante. Eu nunca tinha beijado ninguém antes, mas sabia que aquilo era muito mais que um beijo.


Mas eu não podia.


- Jake... – minha voz saiu entrecortada por falta de fôlego. Juntei um pouco mais de ar. – Eu não posso... Meu bato...


Jacob endureceu, ainda mantendo as mãos em volta da minha cintura.


- Quem é Bato? – ele perguntou sério.


- Meu pai.- respondi.


Ele sorriu aliviado. – Eu posso falar com ele se você quiser.


- NÃO! – falei, só depois percebendo que havia sido alto demais. Meus olhos correram para o acampamento. Ainda havia musica e risadas, mas eu não via meu pai. – Me livrei rapidamente de Jake. – Não, Jacob! Nunca! Você nunca pode falar com meu pai!


- Por quê? – ele perguntou com as sobrancelhas juntas.


- Porque eu não posso> Você não entende?


- Não entendo, . Então me explique. – ele pediu.


- Eu tenho que ir. – sussurrei me virando para ir embora, mas ele segurou meu braço.


- , por favor? – ele pediu.


Uma sensação de dor me atingiu, quando pensei em deixa-lo. – Me encontre amanhã de manhã cedo.


- Aqui? – ele perguntou sorrindo novamente.


- Não! Não volte mais aqui! – pedi. – Eu te encontro, então.


- Mas..


- Amanhã, Jake. – falei relutando em soltar sua mão.


- ! – o chamado de meu pai me trouxe de volta a realidade. Puxei minha mão e corri para o acampamento.


- Onde você andava? – ele me perguntou desconfiado.


- Desculpe, bato, acho que adormeci. – falei com os olhos baixos.


- Dormiu?


- Ela não está acostumada com o vinho, Leonel. – Nadine veio ao meu socorro. Meu pai desfez a careta desconfiada e sorriu novamente. Incrível como ele conseguia pegar no ar as mentiras, mas dessa vez eu havia escapado por pouco. – Vá comer algo, não te vi se alimentar hoje.


Assenti me afastando em direção a grande mesa abarrotada de comida, carregando comigo.




Quando acordei, mau o sol havia se levantado. Todo o acampamento estava ainda adormecido já que a festa havia acabado há pouco. Me vesti rapidamente, colocando uns jeans, camiseta e tênis e sai da grande tenda em direção ao dormitório de .


- , acorda! – chamei baixinho.


- O que foi? – ela perguntou aborrecida.


- Preciso que você me faça um grande favor. Preciso que você me acoberte. – pedi. – Vou ter que dar uma saída, e quero que você dê uma desculpa para bato. – Ela me olhou desconfiada por alguns instantes, e eu tive medo que ela me dissesse não. Sem ajuda de eu não poderia sair.


- Só se você me prometer me contar tudo depois. – ela disse com o dedo em riste.


- Sim! Tudinho!- falei sorrindo. Eu sabia que para ela eu poderia falar qualquer coisa que ela nunca me trairia. Me levantei do lado de sua cama e me pondo a correr até a floresta.


E agora, como iria achar Jacob? Olhei em volta. Bom, se realmente fosse para encontrá-lo, isso iria acontecer. Comecei a caminhar por entre as árvores, cuidando para não tropeçar em nenhum galho. Ouvi o barulho de água corrente e decidi seguir até encontrar de onde vinha. Não demorou muito para s árvores se abrirem e um rio aparecer na minha frente. Desci a pequena encosta rochosa, até a beirada do riacho. Tirei os tênis, me sentando em uma pedra na beirada, para mergulhar os pés na água gelada. Quando levantei os olhos, meu coração acelerou. Um imenso lobo avermelhado, maior que um urso, me encarava do outro lado do rio.







Capítulo 4



DEIXE O VÌDEO CARREGANDO








Eu deveria estar apavorada, mas eu estava fascinada. Era a criatura mais linda que já havia visto na vida. O pelo ruivo que brilhava à medida que a claridade escapava por meio as copas das árvores. Ele somente me observava atento com seus enormes olhos negros. Olhos inteligentes. Eu não conseguia mover um músculo, apesar de que minha vontade era me aproximar e me enterrar naquele pelo denso. Minha mão foi automaticamente para o meu amuleto que levava no pescoço, mas eu sabia que não havia perigo. Eu estava em segurança.


Dei um passo em sua direção sentindo meu pé afundando mais na água gélida. Quando o enorme lobo virou a cabeça um pouco de lado, ainda me observando. Eu não tinha visto que já tinha molhado minhas calças, já que estava meia perna embaixo d’água, mas ainda havia todo um rio entre nós. Então o magnífico lobo se virou e sumiu por entre as árvores. Eu ainda fiquei ali parada por um instante antes de recuperar o fôlego. Não tinha percebido que havia trancado a respiração por algum tempo. Voltei a sentar na pedra, maravilhada pelo que tinha visto.


- ? – a voz rouca e suave de Jake me chamou as minhas costas.


Me virei para ele com os olhos arregalados, olhando para cima para poder vê-lo em cima do barranco, Jacob usava somente uma bermuda clara e nada mais. Fiquei um segundo a mais admirando sua beleza, até conseguir que meu cérebro processasse as minhas próximas ações . – Jake, você não imagina o que eu vi. – falei ainda deslumbrada.


- O que você viu? – ele perguntou sorrindo. Me levantei encarando o ponto em que o lobo havia desaparecido. Mas ai me dei conta que ninguém acreditaria no que tinha visto. Nem eu acreditava.


Sorri sacudindo a cabeça. Aquele momento seria só meu. - Nada! – falei simplesmente.


Jake sorriu mais. – Pode me contar . – ele disse pulando o barranco agilmente, se aproximando e parando em minha frente.


Peguei meus tênis do chão e comecei a escalar a encosta rochosa. Jake subiu tão rápido que eu nem percebi o movimento, segurou a minha mão, me puxando facilmente para cima, fazendo com que ficássemos próximos. Ele passou o braço em minha cintura, me puxando para perto e fechando o espaço entre nós.


AGORA TOQUE O VÍDEO







O Único
Então encontro uma razão para depilar minhas pernas
Toda santa manhã
Então eu conto com alguém às sextas à noite
Para me levar pra dançar
E à igreja no domingo



- Jake... – sussurrei, já aturdida com ter ele tão próximo.







Para plantar mais sonhos
E algum dia pensar em filhos
Ou talvez só guardar um pouco de dinheiro



- O que você viu, ? – perguntou novamente, seu halito doce batendo no meu rosto me fazendo salivar. Meu coração batendo contra o meu peito.







Você é o único de que eu preciso
O caminho pra voltar para casa é sempre longo
Mas se você está perto de mim
Eu aguento



- Não foi nada! – sussurrei novamente.


- Você viu um lobo? – ele disse sorrindo.







Você é o único que eu preciso
A minha vida real acabou de começar
Porque não há nada
Como seu sorriso feito de sol



- Como você sabe, você também viu?


- Não, eu só vi um anjo. – Jake respondeu me fazendo corar.







Em um mundo cheio de estranhos
Você é o único que eu conheço



Ele me olhou docemente e eu senti as borboletas do meu estômago se debatendo. Jake me olhava como se eu fosse um tesouro. Ele me mantinha preso a ele. Então baixei os olhos para seu peito nu. Coloquei as mãos no seu tórax, sentindo sua quentura.


- Você está bem, Jake? Parece que está com febre.


Ele ainda mantinha o mesmo sorriso iluminador no rosto. – Já disse que não precisa se preocupar comigo, Anjo. Eu estou bem. Agora eu estou bem. – ele disse.







Então, eu aprendo a cozinhar
E finalmente perco meu medo da cozinha
Então, eu tenho os braços para me confortar
Quando há um fantasma ou uma nova idéia
Que me tragam insônia



Seu olhar aumentou de intensidade e antes que eu pudesse recuar, já estava presa novamente. Fechei os olhos, antes de sentir seus lábios doces tocarem os meus. Eu fiquei na ponta dos pés, para que meus braços pudessem alcançar seu pescoço. Jake apertou mais minha cintura, uma das suas mãos subiu para apoiar minhas costas levantando minha camiseta com ela.Arfei quando senti a quentura de sua mão na minha pele. Sua língua tocou meus lábios me fazendo abrir mais a boca para lhe dar passagem.







Para comprar mais cintos
E escrever mais canções felizes
Isso sempre requer uma ajuda de alguém



Então tudo que eu sentia era Jake. Tudo que me importava naquele momento, era ele. Nada mais existia. Eu só queria pensar no agora, porque eu sabia que as nossas horas estavam contadas. Senti o gosto salgado de lágrimas na boca, só então percebi que estava chorando.







Você é o único de que eu preciso
O caminho pra voltar para casa é sempre longo
Mas se você está perto de mim
Eu aguento



Jake se afastou por um momento. Sua mão passando em meu rosto para secar as lágrimas insistentes. – O que foi? - ele perguntou preocupado.


Segurei a sua enorme mão no meu rosto por alguns segundos. – Nós temos que conversar. – respondi.







Você é o único que eu preciso
A minha vida real acabou de começar
Porque não há nada
Como seu sorriso feito de sol



Ele assentiu sério. Depois sorriu, se abaixando para pegar os meus tênis que eu havia deixado cair. Passou um braço pelas minhas pernas e outro pelas minhas costas, me levantando rapidamente. Não pude deixar de me assustar com o movimento inesperado.


- Jake! – gritei.


Ele riu. – Eu nunca deixaria você cair! – afirmou.







Você é o único que eu preciso, você é o único de que eu preciso
Com você minha vida real só começou
Você é o único que eu preciso, você é o único de que eu preciso
Nada como seu sorriso feito de sol
Nada como seu amor
Nada como seu amor
Nada como seu amor



Eu tinha toda a certeza disso, porque eu nunca havia me sentido tão segura quanto agora. Mas eu comecei a duvidar quando ele começou a ir para trás para pegar impulso. Afinal o rio tinha uns cinco metros de largura, e ele parecia querer salta-lo comigo no colo. Apertei mais os braços pelo seu pescoço, fechando os olhos. Tinha certeza que iríamos cair dentro da água gelada.


- Pode abrir os olhos! – ele sussurrou com a boca a centímetros do meu rosto.


Quando eu fiz, eu não acreditei no que estava vendo. Nós estávamos do outro lado. Ainda olhei pelo seu ombro para ver se não havia uma ponte escondida, mas não tinha nada.


- Como? – perguntei confusa. Porque não tinha como uma pessoa normal pular aquela distancia, ainda mais segurando mais de 50kg nos braços.


Jake riu. – Você já vai descobrir como.


Ele começou a caminhar por entre as árvores, me carregando como se eu não pesasse nada. Jake era forte, isso era notório pelos seus músculos. Mas ele não aparentava estar fazendo esforço nenhum, apesar de praticamente correr agilmente por entre as árvores. Foi então que eu percebi. Jake não era normal. Ele fazia parte daquele lugar, como um ser místico ou algo assim.


Jacob ultrapassou mais algumas árvores chegando a uma clareira maravilhosa, onde o chão era coberto por flores brancas que batiam quase na minha cintura. Ele me colocou no chão devagar. Eu nem coloquei meus tênis que continuavam com Jake. Caminhei maravilhada para o centro da clareira, passando as mãos pelas flores sentindo sua textura. Me virei para ele que continuava parado no mesmo lugar, me olhando deslumbrado.


- Que lugar lindo! – exclamei.


- È La Push! – ele disse se aproximando, sem tirar os olhos de mim.


- La Push?


- Sim! Mais para o leste é o oceano. – Jake disse segurando minha mão.


- Minha mãe nasceu em La Push. – falei baixando os olhos. A saudades dela remoendo meu peito.


- Sua mãe é uma Quileute? – ele perguntou com os olhos brilhando, como se algo agora fizesse sentido.


- Sim, mas ela faleceu há cinco anos. – falei tentando não demonstrar tanta tristeza. “Sinto muito!” ele sussurrou, levantando meu queixo para que o encara-se. Sorri, não queria passar o pouco tempo que tinha com ele falando de coisas tristes. – Você também é um Quileute, não é? – ele concordou com um aceno de cabeça, me puxando para perto. – Você me lembra muito ela.


Jacob segurou minha mão me levanto até o centro da clareira onde havia uma enorme pedra. Ele subiu nela, e depois me puxou pela mão para que senta-se ao seu lado.


- Eu também perdi minha mãe. – ele disse e me olhou ainda sorrindo. – Eu era muito pequeno. – depois ele sacudiu a cabeça. – Mas não é sobre isso que eu quero conversar. , sua mãe lhe contou algo sobre os Quileutes? – ele perguntou.


- Não. Minha mãe deixou a vida dela para trás quando decidir que seguiria meu pai. – falei e depois mordi o lábio. Estava chegando a hora que eu teria que contar para ele que eu não tinha essa alternativa.


- Bem. – ele sorriu. – A história do nosso povo conta que nós descendemos de lobos. – ele me olhou por um instante me analisando. – Que alguns de nós carregamos o gene de se transformar em lobo.


Então eu entendi. Mesmo sendo inacreditável. Mas Jake era inacreditável. E os mesmos olhos não deixavam duvidas, pois na realidade eu já sabia, já que os cabos que me prendia a Jake eram os mesmos que senti pelo enorme lobo avermelhado.


- Um enorme lobo ruivo? – perguntei rindo.


Jacob riu. – Sim.


- Depois eu quero ver. – pedi.


- Só se você me prometer que não vai sair correndo e gritando. – ele me puxou para os seus braços rindo e eu encostei a minha cabeça no seu peito, vendo que o pouco sol que aparecia, por entre as nuvens cinzas, já estava alto. Mais um pouco e eu teria que ir embora.


- Nunca! - sussurrei. – Mas você é um lobisomem, Jake? – perguntei. Novamente minha mão indo até meu amuleto e o apertando forte. Ele não podia ser um lobisomem.


- Sim! Mas eu não machuco ninguém. Nós só defendemos os humanos dos frios.


- Frios? – perguntei sem entender.


- Vampiros. – ele respondeu me analisando, talvez esperando que eu surtasse. Mas se Jake soubesse quanto desse mundo eu também fazia parte. Só que mais uma vez havia algo que nos afastava, pois nós estávamos em lados contráros.


– Então me conta sobre você. – Jake pediu, me trazendo de volta dos meus devaneios. – Como é ser uma cigana?- perguntou sorrindo. Sem fazer ideia de como nossas vidas eram opostas.


- Tem coisas boas e ruins. – respondi. – Como tudo na vida. –me afastei para encarar seus lindos olhos negros. – O ruim Jake, é que não faço minhas escolhas.


- Como assim? – me perguntou sério com as sobrancelhas juntas.


- Eu não posso escolher com quem vou me casar. – falei de uma vez só. – Meu pai que escolhe por mim.


Jacob me olhou sério por um momento, mas então sua expressão foi clareando até se abrir em um sorriso. – Eu falo com ele.


Fala com ele? Eu o conhecia a menos de um dia, e ele queria falar com meu pai sobre compromisso. Tudo bem que o que eu sentia por ele era muito forte, mas isso não queria dizer que ele sentia o mesmo, e mesmo assim, falar com meu pai era impossível.


- Jake eu não estou entendendo o que está acontecendo.


- , existe algo que acontece com os lobisomens Quileutes. Nós chamamos de Imprinting.


- Imprinting? – perguntei.


- É algo mais forte que amor, quando você encontra o seu Imprinting ele passa a ser o centro do seu universo.


- Você está dizendo que eu...? – meus olhos se encheram de lágrimas. Então era Jacob era minha alma gêmea. Jacob assentiu sorrindo meio encabulado. – Não Jake! – falei aos prantos. – Eu não posso!


- Porque não pode ? Você não sente nada por mim? – ele perguntou preocupado.


- Se eu não sentisse nada por você, eu não estaria aqui. – disse e ele sorriu aliviado. – Mas Eu sou comprometida.


- Comprometida?- ele perguntou com as sobrancelhas juntas.


- Sou noiva desde os meus quatro anos. Ontem você viu a festa em comemoração ao meu noivado. – ele sacudiu a cabeça incrédulo.


- Você não pode se casar com outro, . – disse angustiado.


- Não sou eu escolho Jake.


- Como não é você? – ele explodiu e eu me encolhi. – Você simplesmente vai aceitar assim?


- Eu sou uma Calin eu nunca poderia ficar com Gadjó.


- Um o que? – ele perguntou.


- Um Gadjó, um não cigano. Está além da minha vontade Jake. – falei baixinho. – Você não entende.


- Não eu não entendo. – ele riu sem humor. – Só pode ser brincadeira. – ele parecia muito irritado.


- Isso não é brincadeira! – falei calçando os meus tênis. – É difícil pra quem não é um cigano entender, uma coisa dessas. Eu sou mulher e não tenho direito a escolher. Simples assim. – falei pulando da pedra para o chão com alguma dificuldade.


Jake continuava sentado balançando a cabeça incrédulo. – Isso é uma piada! – disse se jogando para trás.


Eu estava chateada, magoada. Ele não entendia que não dependia de mim. Comecei a caminhar em direção ao rio.


- espere! – Jake gritou saltando da pedra. Eu parei me virando para ele, minha vista embaçada pelas lágrimas. – Venha morar comigo. - pediu. – Venha morar em La Push!


Me abracei a ele, levantei o rosto fechando os olhos. Jake entendeu meu pedido e encostou os lábios nos meus. Puxei ele pela nuca, afundando os dedos em seus cabelos curtos, forçando a aumentar a intensidade do beijo. Logo nossas línguas dançavam juntas novamente. Mas o sol já estava alto e eu tinha que ir. Me afastei deixando Jake relutante.


- Eu tenho que ir. – sussurrei. – Já devem ter dado a minha falta.


- Não vai! – ele pediu segurando a minha mão.


- A gente se vê amanhã. – falei tentando me soltar.


- Deixa eu te levar.


- Não, Jake! Se nos virem juntos... – aquela ideia me aterrorizou. - ... isso pode me prejudicar.- ele assentiu, mas antes de soltar minha mão me abracei a ele novamente. – Eu vou tentar dar um jeito, mas agora eu tenho que ir. - falei me soltando e correndo em direção ao rio.







Capítulo 5



Cheguei me esquivando ao acampamento. Todos já haviam levantado e estavam novamente aos seus afazeres, afinal já havia passado a hora do almoço. Elas me cumprimentavam normalmente e aos poucos fui relaxando já que notei que ninguém havia sentindo minha falta, afinal só tinha passado metade do dia desaparecida. Poderia dizer que estava somente dormindo, me preparando para a festa da noite. A última antes do meu real noivado.


Senti uma mão forte apertando meu braço, me fazendo brecar. – Onde você andava? – Benicio me perguntou. Ele se considerava o braço direito de meu pai e com isso se achava no direito de mandar em minha vida.


- Acredito que isso não seja da sua conta! – cuspi. Não havia pessoa mais repugnante que ele. Claro que ele nunca engoliu a história de eu ser prometida para outro. Benício se achava no direito já que ele servia meu pai há tanto tempo, mesmo sendo muito mais velho que eu. Não que ele gostasse de mim ou algo assim. Benício somente almejava o poder que o casamento com a filha de um Urai, trazia. Mas Bato nunca me entregaria para alguém de uma casta tão inferior. Por isso ele gastou uma fortuna em meu dote, para que eu fosse prometida para um Grangel (Classe de ciganos que eu explicarei posteriormente).Eu cresci sentindo os olhos de cobiça de Benicio. Olhos que me enojavam. – Me solte! – ordenei. – Se não conto a bato que você está me importunando.


Benicio me soltou imediatamente. Como sempre ele morria de medo da ira de Leonel. – Seu pai mandou eu lhe procurar. – disse visivelmente mais contido.


- Então faça seu serviço e diga que você já me achou! – falei a ele, me virando de costas e indo até minha tenda. Tinha mais coisas na cabeça do que me preocupar do que com Benicio, nesse instante, como lobisomens por exemplo. E a única pessoa mais velha que poderia me dar essa informação sem me prejudicar era Nadine.


Entrei na tenda e ela estava de costas, arrumando meus vestidos.


- Nadine?- chamei.


- Oh criança, por onde você andava? Leonel já pediu noticias suas umas três vezes, por mais que dissesse que você estava atrás de uma planta para a cólica dela, parece que ele não engoliu. Mas você já comeu alguma coisa? – Nadine tagarelava sem me dar chance de eu poder responder.


- Nadine...


- Você está tão magrinha, não pode ficar sem se alimentar. E essas roupas? Já disse que Leonel não vai aprovar ver a filha dele assim. E depois sou eu que ouço. Mas afinal onde você andava mesmo? Você tem que ser mais complacente, eu estava preocupada, não pode sair assim e...


- NADINE! – gritei.


- Credo, não grite! Você me assustou! – ela disse com a mão no peito, mas finalmente se calando.


- Desculpe, mas você é a única pessoa que conheço que consegue falar tanto, sem respirar. - disse rindo. – E eu queria lhe fazer uma pergunta. – falei me sentando em minha cadeira a frente da minha penteadeira. Imediatamente Nadine começou a escovar meus cabelos, o que me fez revirar os olhos. As vezes eu cansava dela me tratando que nem criança.


- Faça, minha querida.


Me virei para ela fazendo com que ela parasse com a escovação. Mordi o lábio tentando criar coragem.


- Me fale sobre lobisomens. – pedi.


Ela juntou as sobrancelhas, criando mais uma ruga na testa.


- Lobisomens? – repetiu em forma de interrogação.


- Sim. – respondi.


- O que você quer saber, ? – perguntou desconfiada.


- Como se sabe que é... assim... quando se encontra um? - me atrapalhei nas palavras. – Como se reconhece um lobisomem? – perguntei. Fiquei receosa que Nadine desconfiasse de algo, mas eu tinha que tentar.


- Bom, eu nunca vi. – ela disse me virando novamente e voltando a escovar meus cabelos. – Mas dizem que quando não é noite de lua cheia e eles não estão transformados em sua forma lupina, você pode reconhece-los por seus modos arredios, são homens muito magros e pálidos, com orelhas e narizes grandes. – ela segredou. Minha barriga roncou alto. - Vou trazer algo para você comer – ela disse me deixando sozinha com meus pensamentos.


Olhei para minha careta confusa no espelho, aquela não parecia nem um pouco a descrição de Jake. E era verdade, lobisomens se transformavam somente à noite, e Jake havia se transformado em plena a luz do dia. Havia algo muito errado naquela história, ou nossas lendas eram falsas, ou... Jake não era um lobisomem.


- Rá você voltou! – gritou da porta, atirando as mãos pro ar. – Eu não sabia mais o que dizer!


- Obrigada ! – agradeci levantando e lhe dando um abraço.


- Tá tá tá tá tá! – ela se livrou do meu abraço se atirando nas almofadas. – Agora me conte o que a Sra. anda aprontando.


Indiquei com os olhos a entrada onde Nadine trazia uma bandeja abarrotada de comida. entendeu que aquela não era hora.


- Nadine. – chamei enquanto comia. remexia nas minhas caixas de joias, espalhando minha enorme coleção sobre a cama, e enchendo as mãos de pulseiras e anéis. Ela amava fazer isso. - Você disse que nunca havia visto um lobisomem, mas e um vampiro, você já viu? – perguntei.


Nadine largou o vestido vermelho que eu usaria hoje à noite e que ela alisava e ajeitava, e me olhou por alguns segundos a mais antes de me responder. – Uma vez. – ela respondeu. largou minhas joias e se aproximou de nós, interessada na conversa. – Foi a criatura mais linda que eu já vi. – ela suspirou.


- E ele não te atacou? – perguntou empolgada.


- Claro que não, senão eu não estaria aqui.- ela fez uma careta, indicando que aquela pergunta era obvia. – E eu estava acompanhado por um Gragel. – ela explicou.


- A vai conhecer muitos vampiros não é? – perguntou a Nadine. Aquela conversa não me agradava nem um pouco.


Nadine largou meu vestido se aproximando com um sorriso gigante nos lábios. – Vocês sabem que eu não gosto de falatório. – ela disse irônica.


- Não, nem um pouco. – respondeu no mesmo tom.


- Bom, eu andei assuntando e o noivo da é muito importante entre os Gragels, dizem que ele descente de um Damphir ( filho de uma cigana com um vampiro). É o avô dele ou algo assim. Então, ele vive com um grupo muito importante de vampiros.


- Ah Nadine, essa fofoca é velha! – sentenciou.


Eu também já sabia dessa história, mas não conseguia não me arrepiar só de pensar em meu futuro.


- Minha querida! – Nadine me chamou. – Não precisa ficar assustada, nenhum vampiro ou lobisomem pode chegar perto de você. Principalmente usando isso. – ela pegou meu amuleto nas mãos. Assenti.


- Nadine, posso te fazer outra pergunta? – perguntei após a saída de , não que eu não confiasse nela, mas não queria que se assustasse com a minha pergunta. Não antes de eu contar tudo o que havia acontecido.


- Mais perguntas sobre vampiros e lobisomens? – neguei com um movimento da cabeça. – Ok, mas depois você vai descansar pra festa da noite.- Suspirei. Não havia jeito dela me tratar como uma adulta.


- Veja bem, é hipoteticamente, não julgue como verdade. – adverti. Ela assentiu se sentando em minha cama a minha frente. – O que aconteceria se eu me negasse em me casar?


- Oh minha Santa Sara Kali! – Nadine colocou as mãos na boca. – Nem pense uma coisa dessas!


- Eu disse hipoteticamente, Nadine! – a lembrei.


Ela respirou fundo antes de falar. – Bem, seria a desgraça de seu pai, ele deu sua palavra. Isso seria uma vergonha para ele e uma afronta para os Gragels. E caso isso acontecesse com você, eu seria punida.


- Você? – perguntei.


- Claro, seu pai me culparia por ter deixado você se desviar desse jeito. Então minha flor, que isso seja somente hipoteticamente mesmo.- Eu não podia permitir que Nadine fosse punida por uma to meu. Teria que dar um outro jeito.


- Alguma outra pergunta hipotética? – ela perguntou.


- Sim, mas não hipotética. – respirei fundo me encostando em meus travesseiros. – O que você sabe do passado da minha mãe.


- Ah meu amor! – Nadine disse carinhosamente. – O que sei sobre a sua mãe é somente o que você sabe. Que seu pai e ela se conheceram aqui e que se apaixonaram. O restante ela deixou pra trás quando decidiu seguir Leonel.


- É, isso é o que eu sei. – falei me ajeitando para dormir.




No dia seguinte fiz do mesmo jeito. Levantei muito antes de todo mundo, antes do sol nascer. Só que agora eu tinha um trunfo, iria levar comigo. Plantei uma história que iríamos a La Push, conhecer o local em que minha mãe nascera. Nadine engoliu direitinho. E eu esperava que bato também engolisse. soube de tudo, só omiti a natureza de Jake. Ela achou tudo uma grande loucura, mas prometeu me ajudar no que fosse possível.


Agora estou aqui, dirigindo por uma estrada secundaria que me levaria mais próximo a clareira onde Jake havia me levado no dia anterior, com adormecida no banco ao lado.


- Chegamos! – exclamei, parando o carro e puxando o freio de mão. somente levantou a cabeça olhando em volta. O sol começava a clarear o dia. Ela começou a se remexer no banco se levantando. – Onde você vai? – perguntei, já que o combinado é que ela me esperasse no carro.


- Vou para o banco de trás dormir! – disse sonolenta, pulando pelos bancos e se ajeitando no banco trazeiro.


Dei um “Boa noite!” para ela e bati a porta, correndo pela trilha em direção a clareira. Demorou uns quinze minutos para que eu a encontrasse. Quando cheguei olhei em volta, mas Jake não estava em nenhum lugar.


Mas de repente o sol saiu de trás das nuvens, fazendo com que um relance de pelos ruivos fosse visto por meio a vegetação. Sorri enquanto caminhava por meio as flores. Jake se levantou sacudindo o dorso, chacoalhando os pêlos vermelhos. Ele me olhou com os mesmos olhos negros brilhantes. Cobrindo a distancia entre nós em segundos.


Meu coração acelerou mais e eu fiz o que tive vontade desde o primeiro instante em que vi aquele lobo vermelho, passei meus braços entorno de seu pescoço e afundei meu rosto em seu pelo sedoso, sentindo o seu cheiro amadeirado.


- Bom dia, meu a...! – tranquei as palavras em minha boca, antes que elas escapassem. Senti minhas bochechas esquentarem. Será que não era muito cedo para eu dizer tudo o que eu sentia? Porque mesmo com toda aquela história de Imprinting, tudo parecia tão acelerado. Mas claro que tinha que ser assim, já que o que menos tínhamos era tempo.


Jacob tossiu uma risada, abanando a cauda de leve. Então ele roçou seu focinho no meu rosto e começou a se afastar, indo em direção à floresta.


- Hey! Onde você vai? – gritei, mas ele já tinha sumido em meio às árvores.


Caminhei até o centro da clareira, tentando subir na pedra sem sucesso. Ela era muito alta, e sem a ajuda de Jake era impossível. A única coisa que consegui foi arranhar minhas mãos. Passei uma mão na outra tentando limpá-las para observar o estrago.


- Você se machucou? – a voz preocupada de Jake, próxima a minha orelha, fez com que eu desse um pulo de susto. Me virei para ele com a mão sobre o peito, onde eu sentia meu coração bater acelerado. Tanto pelo susto, quanto por tê-lo tão perto. Jake estava novamente usando somente uma bermuda clara, e mais nada. – Desculpe, te assustei? – ele disse com um sorriso nos lábios.


- Sim! – afirmei. Jake pegou minha mão direita, virando a palma pra cima, observando os arranhões. – Não foi nada! – respondi sua primeira pergunta. Jake levantou mais minha mão, dando um beijo na minha palma.


- É realmente foi bem superficial. – ele disse levantando os olhos me encarando docemente. Depois sorriu, aquecendo a manhã fria. – Bom dia, meu amor! – disse por fim, me deixando encabulada. Meu rosto todo formigou. Ele me puxou para seu peito quente e afundado seu rosto na curvatura do meu pescoço, me causando arrepios com a sua respiração quente. Jake foi subindo sua boca pela linha do meu pescoço, me fazendo deitar a cabeça para lhe dar mais espaço. – Não era isso que você ia dizer?- ele sussurrou quando sua boca chegou ao meu ouvido.


- Aham! – respondi ainda meio aturdida.


- Eu te amo, ! – Jake disse se afastando somente o bastante para me olhar nos olhos. Ele queria demonstrar que não tinha medo de dizer o que sentia.


Ele tinha razão, nós não tínhamos tempo. Fechei os olhos e respirei fundo antes de me ouvir dizer. – Eu te amo, Jake!


Senti a boca dele na minha, com força e desejo, suas mãos seguravam forte minha cintura e as minhas deslizavam pelos seus cabelos e sua nuca. Ele deslizou sua mão para as minhas costas por dentro da minha camiseta, me fazendo ofegar. Quando percebi, nossas bocas já se devoravam, e as suas mãos passeavam pelo meu corpo. Desci minhas mãos pelos seus ombros, seus braços. Meu corpo todo pulsava de desejo, mas eu tinha que diminuir a intensidade de tudo aquilo. Com um suspiro, me afastei ofegante. Mas nossos corpos ainda continuavam grudados. Encostei minha testa na dele enquanto recuperávamos o fôlego.


- Porque você veio pelo leste? – ele perguntou ainda com a testa encostada na minha.


- Oi? – perguntei ainda meio aturdida.


- Porque você veio pelo leste, se o caminho normal seria pelo sul? – ele repetiu a pergunta se afastando para me olhar.


- Ah! É que eu vim de carro com a . Ela é meu álibi. – respondi sorrindo.


- Hum. – ele resmungou, fazendo uma cara de quem estava planejando algo. – Você não quer ir a La Push conhecer meu velho?


O olhei surpresa. – Conhecer seu pai?


- Sim. E os outros garotos do bando também.


Eu estava totalmente receosa, mas ter a chance de conhecer cada pedacinho da vida de Jake era irrecusável. – Claro! – respondi empolgada. E eu iria conhecer o passado de minha mãe também!









Capítulo 6







Oh Deus, que faço dessa felicidade ao meu redor que é eterna, eterna, eterna e que passará daqui a um instante.
Porque o corpo só nos ensina a ser mortal?

Clarice Lispector.



Olhei para Jacob hesitando.


- Tudo isso é medo? – ele perguntou rindo.


Revirei os olhos. – Me desculpe se montar em um enorme lobo e voar pela floresta seja meio estranho para mim.


– Eu nunca iria propor nada arriscado para você. – Jake disse passando sua mão levemente pelo meu rosto. – Você nunca montou a cavalo? – perguntou sorrindo novamente.


- Não é um animal Jake, é você. – apontei.


- Bom... – ele disse dando de ombros. – Tem outro jeito. – Sem nem eu perceber como, Jake passou os braços pelas minas pernas e apoiou minhas costas me levantando no colo como se eu não pesasse nada. Tranquei a respiração tanto pelo susto, quanto pela sensação dos braços dele tocado meu corpo. – Não é tão rápido mas... – começou a correr muito rápido, saltando as raízes das árvores e os galhos baixos.


As árvores passavam como um borrão e eu tinha a impressão que iríamos bater a qualquer momento, mas estava adorando e me sentindo muito segura. Me permiti afundar meu rosto em seu pescoço sentindo todo o seu perfume amadeirado. E quando menos esperei havíamos chegado.


- Uau! – exclamei quando meus pés tocaram o chão. Jacob sorria orgulhoso.


- Curtiu a viagem?- perguntou sorrindo.


- Sim! Se prepare que você vai me carregar para muitos lugares. – apontei. Jake gargalhou alto, segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos, enquanto percorríamos os poucos metros até a estrada onde o meu Mustang estava parado. Senti Jake freando e me virei para olhá-lo.


- Esse é o seu carro? – ele perguntou com os olhos brilhando e os lábios se contorcendo em um sorriso.




- Sim! Meu bebê!- falei orgulhosa.


Vi o movimento de de dentro do carro. Ela pulou pelo banco colocando a cabeça pra fora.


-Mas já? – ela perguntou. – Achei que ia passar a manhã toda aqui! – ela sorriu. – Oi Jake!


- Olá ! Que tal fazer um tour por La Push?


Os olhos dela brilharam. – Ótimo! – ela disse colocando a cabeça para dentro e pulando para o banco de trás novamente. Eu fiz uma careta! Se aquela movimentação toda, tivesse estragado o estofamento ela iria se ver comigo.


Jake se postou ao lado da porta do motorista. - O que você está fazendo? – perguntei.


-Posso dirigir? – ele perguntou com carinha do gatinho do Shrek. Eu não tinha como dizer não. Atirei a chave para ele que pegou no ar, com um sorriso enorme no rosto.


- Nossa! Tuma saca meṁ bavuka kiya janaid cachié, ! – exclamou. Senti minhas bochechas formigarem. Provavelmente estava muito vermelha.


- O que foi? – Jake perguntou olhando desconfiado para ela pelo retrovisor, já que viu a minha reação pelas palavras dela.


- Nada ! Só disse que a deve estar mesmo apaixonada, já que ela nunca deixou ninguém dirigir o Mustang. – disse dando de ombros, me deixando mais encabulada ainda. Jake sorriu colocando sua mão sobre a minha enquanto dirigia pela rodovia em direção ao centro da reserva.


- Que bom! Porque eu também estou apaixonado por ela!- Ele disse piscando um olho pra mim, formando um sorriso bobo em meu rosto.


- Uhul! Que declaração! – gritou, exagerada como sempre.


Jacob parou o carro em frente a uma pequena casa de madeira branca.


- Vamos, quero apresentar os garotos! – ele disse saltando do carro.


- Chavoros chucar, espero! (Garotos bonitos) – disse saindo logo depois de mim.


- menos! – a repreendi.


- Que foi? Que eu saiba EU não sou comprometida! –ela sussurrou achando que Jake não ouviria já que ele já estava na pequena varanda da casa, em frente à porta, mas eu sabia que ele podia escutar muito bem. Assisti seus músculos das costas tencionarem, enquanto ele inspirava profundamente.


- Por favor! – pedi baixinho. Eu amava , mas as vezes ela me irritava profundamente. Ok! ela respondeu sem som.


Antes de Jacob bater na porta ela foi aberta por uma linda moça, que só não seria mais linda se não fosse as três cicatrizes que deformavam o lado direito de seu rosto.


- Olá Jacob! – ela o cumprimentou.


- Emily, quero te apresentar a ! – ele disse me puxando pela mão.


- Tudo bom Emily?- cumprimentei.


- Então essa é a famosa ? – ela disse sorridente. – Você tem razão Jake, ela é linda! – disse me deixando constrangida enquanto me puxava para um abraço apertado. – É um prazer te conhecer !


- É um prazer Emily!


-Essa é uma amiga da , ! – Jake apontou para que estava parada atrás de nós.


-Olá! – cumprimentou sorrindo.


- Prazer! – ela respondeu.


- Mas vamos entrando! Os garotos ainda não chegaram, mas logo estarão por ai. – Emily disse se colocando de lado para que nós entrássemos.


A casa de Emily era pequena, mas impecável. Entramos em uma sala com um pequeno sofá e duas poltronas onde um balcão dividia o ambiente da cozinha. O cheiro de bolo assando preenchia o ambiente, deixando mais ainda acolhedor.
- Eles estão com Sam?- Jake perguntou.


- Alguns. – ela respondeu. – Sentem- se e sirvam-se. Tem muffins novos. – disse indicando a imensa travessa em cima da mesa.


Jake se sentou a mesa me puxando para que eu sentasse ao seu lado, me alcançou um muffin e depois pegou outro o colocando quase inteiro na boca. se sentou a nossa frente, também se servindo de um.


- Então Jake me disse que vocês são ciganas! – Emily disse parando ao nosso lado.


- Você tem que ver ela dançando! – Jake comentou antes de encher a boca com mais um pedaço de muffin. Então ele andara me observando! Emily sorriu.


- Sim, nós somos ciganas. – respondi ignorando o comentário de Jake. – Mas minha mãe era uma Quileute.


- Verdade? – ela disse se sentando ao meu lado, demonstrando curiosidade. – Qual é o sobrenome de solteira dela?


Mas antes que eu pudesse responder a casa foi invadida por um bando de garotos semi-nús, que conversavam animadamente. Os olhos de brilhavam, enquanto ela observava aquele monte de músculos expostos. Todos muito parecidos com Jake. O mesmo tom de pele e cor de cabelos. Mas Jake era notoriamente o maior e mais forte deles. Isso me deu uma idéia que ele deveria ter uma posição de destaque no grupo. Só um também se destacava, mas mesmo assim não era tão grande quanto Jacob. Ele era visivelmente o mais velho e o mais sério. Também havia uma garota no meio deles. Ela usava somente uma bermuda curta e uma regata justa que demarcavam o corpo escultural que ela tinha. Mas o seu semblante era carregado.


Eles pararam a baderna assim que notaram nossa presença.


- Você deve ser a ! – o mais velho me perguntou, depois de cumprimentar Emily com um beijo apaixonado no rosto.


- esse é Sam! – Jake me apresentou orgulhoso, como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo. – E esses são Quil, Seth, Jared, Paul, Embry, Leah, Collin e Brad. Essas e .- nós apresentou.


- Olá! – eu e cumprimentamos juntas. Notei que ela parou os olhos no garoto que seria Embry e sorriu mais. não tinha jeito.


- Olá! – os garotos cumprimentaram em coro.


- Então você é a garota que operou o milagre na cabeça do Jake, fazendo ele esquecer a Bella?- a garota Leah, disse ao parar em minha frente. Senti Jacob tencionando ao meu lado.


- Bella? Quem é Bella? – olhei de Leah para Jacob.


- Ninguém importante! – Jake respondeu, sorrindo de leve. Sua mão segurando firme a minha por baixo da mesa.


- Nossa ! A declaração do século! Parabéns ! – Leah disse.


- Chega Leah!- Jacob ordenou. A garota se calou no mesmo instante, erguendo as mãos em rendição. Os outros garotos já estavam sentados comendo ao nosso redor. e Embry já conversavam animadamente.


- Você sabia que a é uma Quileute, Sam? – Emily perguntou tentando quebrar o clima ruim que se abateu. Eu ainda estava desconfiada daquela historia de outra garota que Jake tinha na cabeça.


- Jake me comentou. – Sam respondeu puxando uma cadeira e se sentando perto de nós. – Ela faleceu, não é? – eu assenti. Pelo jeito eu deveria ter sido bastante tema de conversa por ali, já que todos pareciam me conhecer. – Qual era mesmo o sobrenome dela? – ele perguntou.


- Uley. – respondi distraidamente. Ainda me sentindo mal com a história da tal de Bella. Todos se viraram imediatamente para Sam.


- Elizabeth Uley?- ele perguntou.


- Sim! – respondi revirando minha memória tentando me lembrar se eu já havia comentado o nome de minha mãe com Jake, mas eu não tinha falado nada.


- Sua prima, Sam? – Jake disse me fazendo arregalar os olhos. PRIMA!. Sam assentiu.


- Então você é filha de Elizabeth? – Sam disse.


- Sim! – respondi.


- Nós nunca soubemos direito porque ela foi embora. Eu era pequeno, não me lembro direito dela.


- Ela foi embora com meu pai. Eles se conheceram aqui, há vinte anos. Eu não sei muita coisa sobre ela também.


- Ela não falava para você sobre os Quileute? – Sam perguntou.


- Não! Nunca me contou nada!- respondi. Sam fez uma careta de desacordo.


- Vamos indo ? Eu quero te apresentar o Billy e a Rachel.


Assenti e me levantei rapidamente, usando a mão de Jake sempre como apoio. Não gostava de ter as atitudes de minha mãe julgadas. E era assim que eu sentia o clima que estava ali.


- Jacob nós temos que conversar.- Sam deu um olhar significativo para Jake.


- Depois eu volto! – Jake respondeu a ele.


- Vamos ? – chamei.


- Eu posso ficar? – ela pediu. e Embry pareciam ter se entendido bem. Eu olhei para Jake que deu os ombros.


- Nos encontramos aqui depois, então. – ela assentiu sorrindo. E Embry sorriu mais ainda.


Me despedi de todos antes de sair.


Eu e Jake caminhávamos de mãos dadas pelo caminho, que ele disse, levar até sua casa. Eu ainda remoia aquela historia de Bella.


- Jake, quem é a Bella?- perguntei com medo de ouvir a historia. Só de pensar que ele pudesse sentir algo por outra garota, fazia meu peito doer.


Ele suspirou fundo antes de responder. Isso não poderia ser um bom sinal. – Bella era uma garota que eu achei que gostasse. Mas eu não sabia o que era gostar até o dia que fui aquele parque. – ele disse e me olhou de canto de olho.


Mas eu queria saber mais. – Vocês eram namorados?


- Não! Só amigos! Mas não somos mais.


- Porque, brigaram? – eu e minha curiosidade doentia.


- Ela se casou com um vampiro e por fim se transformou em um deles. – ele resumiu como se aquilo não fosse importante.


- Ah. – foi tudo o que consegui dizer.


- … - Jake parou me obrigando a encara-lo. - ... depois que eu te encontrei, nenhuma outra garota tem lugar na minha vida! – ele disse me fazendo sorrir. Nós já estávamos parados em frente a uma casa de madeira, pintada de um vermelho desbotado.


Uma de suas mãos foi para minha cintura me aproximando mais dele. Eu já conseguia sentir meu coração batendo nas minhas costelas.
- Eu te amo, Jacob! – disse sem medo, fazendo com que ele me iluminasse com seu sorriso.


- Eu também te amo, Anjo! – ele disse.


Jake segurou minha mão me levando até a pequena varanda. Sorriu para mim antes de abrir a porta.


- Entra! – ele disse se afastando e me dando passagem. Entrei na pequena sala, vendo que não parecia ter ninguém em casa. – É, acho que meu pai não está!- Jake disse me abraçando por trás e encostando sua cabeça em meu ombro.


- E algo me diz que você sabia disso! – apontei, girando em seus braços e parando de frente a ele. Jake sorria matreiro.


- Você realmente é bem sensitiva. – falou se inclinando, sua boca encostando de leve em meu pescoço. Eu já estava com as pernas bambas, enquanto sua boca deslizava subindo pelo meu queixo. Jake apertou mais sua mão em minha cintura, me dando apoio. E eu segurei ele pela nuca, o puxando para mim. Quando seus lábios encontraram minha boca, eu encostei minha língua de leve, deslizando pela dele. Jacob gemeu e sugou minha língua com voracidade, aumentando a intensidade do beijo. Sua língua invadiu minha boca, se enroscando na minha. Era como se um vulcão tivesse entrado em erupção. As mãos de jake passeavam livres pelo meu corpo que fervia. Nos afastamos para poder recuperar o fôlego.


- Você é um safado, Jacob Black! – exclamei ainda sem folego, fazendo ele gargalhar.


- Vem, vou te mostrar meu quarto! – disse depois de estabilizar a respiração, me puxando pelo pequeno corredor. Eu o olhei desconfiada. Tinha a certeza que aquilo não terminaria bem. Mas fui assim mesmo, porque tinha certeza que Jake deixaria eu ditar as regras.


O quarto era pequeno, somente uma cama de solteiro, que eu não acreditava que Jake coubesse inteiro sobre ela, uma pequeno armário e uma cômoda. Mas mesmo pequeno ele era aconchegante, impregnado do cheiro de Jacob.


Ele fechou a porta devagar me olhando intensamente.


- Jake, posso te fazer uma pergunta?


- Claro! – ele me respondeu.


- Você me observa dançando no acampamento? – perguntei diretamente.


- Dançando, comendo, dormindo... – ele disse sorrindo. Comendo, dormindo?!? Ele deve ter visto minha cara de espanto porque logo seu sorriso morreu e ele começou a se explicar. – Calma! Eu não sou um maníaco ou algo assim! É só que eu preciso saber que você está segura. – falou exasperado.
Eu ri. – Tudo bem , Jake. Não tem problemas. Só tenho medo que alguém te descubra. – falei sentindo um aperto no peito.


- Não se preocupe com isso. – ele disse visivelmente mais tranquilo, vendo minha reação.


Com um passo ele fechou a distancia entre nós, passando os braços por volta da minha cintura.


- Se eu te pedisse algo, você faria? –perguntei.


- Claro! – ele respondeu depressa demais.


- Não vá me ver hoje. – pedi.


Jake juntou as sobrancelhas, me olhando confuso.


- Porque... – então uma expressão de entendimento se criou em sua face. Jacob fechou o rosto, seu maxilar se contraindo. Senti seus pulsos se fechando em minhas costas. – É hoje! – não era uma pergunta, era uma constatação. Mesmo assim eu assenti confirmando.


- Não vai. – pedi já sentindo as lágrimas se formando em meus olhos


- Você vai continuar com isso, não vai? Você vai acabar se casando com ele!- Jake disse me largando e se virando de costas.


Eu sacudia minha cabeça negando veemente. – Não Jake!


- Você realmente pode me prometer isso ?- perguntou me olhando friamente.


Desviei meus olhos para o chão. Jake riu sem humor. – Eu ainda não sei o que vou fazer, mas é com você que quero ficar! – falei colocando minha mão instintivamente sobre seu braço.


- Não é isso o que parece! - acusou.


- Você quer mais provas? Eu estou quebrando muitas regras, só por estar aqui junto de você, permitindo que você me toque, me beije.










Jacob virou o rosto para porta, cortando qualquer ligação de nossos olhares. Eu tinha que provar. Tinha que mostrar que era ele quem eu queria. Olhei para a cama dele, passando as mãos pelos lençóis brancos e macios. Jake teria a maior prova de que eu o amava.


Desci as mãos até a barra da minha camiseta, ainda de costas para ele a puxei, tirando pela cabeça. Eu quebraria a maior regras de todas. Com as mãos nas costas, soltei o fecho do sutiã, jogando aos meus pés ao lado da minha camiseta.


- ?- ouvi a voz rouca sussurrada de Jake,a gora mais perto.


- Você é o único que eu amei, e o único que vou amar! – falei sem ainda me virar para ele. – Nunca duvide disso.


Minhas mãos foram para frente das minhas calças, abrindo o botão e o fecho.


- Não! – Jake disse colocando uma mão em cima da minha, parando meu movimento. Me virei para encara-lo – Não precisa , eu acredito em você! – ele disse e depois sorriu.


- Eu te quero Jake!


- Eu também, Anjo! Mas não precisa ser assim. – suas mãos deslizaram dos meus ombros pelos meus braços. Vi os seus olhos baixando até meu peito nu, e assisti Jacob engolindo em seco.


Me abracei nele, minhas mãos se entrelaçando em seus cabelos. Cacei sua boca até acha-la para um beijo quente cheio de desejo. Sua boca sugava a minha e a sua língua reconhecia cada canto de minha boca.


- Eu te amo! – falei enquanto ele me deitava devagar em sua cama espalhando meus cabelos em seu travesseiro.


- Eu também te amo!- ele sussurrou de volta antes de seus lábios descerem pelo meu pescoço, até encontrar um dos meus seios. Arfei quando sua boca sugou o meu mamilo. Eu tremia de prazer, enquanto ele circulava a língua pelo outro.


- Você é linda! – ele exclamou voltando a minha boca, me beijando com suavidade. – Nós vamos dar um jeito. – ele disse me puxando para seus braços.


Ouvimos a aproximação de um carro vindo pela estrada de terra.


- Seu pai? – perguntei me levantando depressa e catando minhas roupas, enquanto Jake sorria me observando ainda deitado na cama com os braços cruzados em baixo da cabeça.


Sentei no sofá no momento em que a porta se abria entrando uma linda moça empurrando um senhor em uma cadeira de rodas. Jake saiu devagar do quarto se encostando na parede. Atrás deles entrou um dos garotos que eu conheci mais cedo, era Paul.


-Olá! – a moça disse sorridente.


- Que bom que vocês estão aqui! –a voz rouca e grave do Sr na cadeira de rodas chamou minha atenção. – Como vai ?


- Bem. – respondi reconhecendo de cara, que o senhor era o pai de Jake.


- , esse é meu pai Billy Black! – Jacob apresentou. – E essa é Rachel, minha irmã!


- Olá Sr Billy! Olá Rachel!


Paul olhou de mim para Jacob e depois sorriu maliciosamente. Provavelmente eu estava descabelada e amassada, indicando o que nós estávamos fazendo. A cara de Jacob também não ajudava no disfarce.







Capítulo 7








Ainda que sendo tarde e em vão
perguntarei por que motivo
tudo quanto eu quis de mais vivo
tinha por cima escrito: “Não”
Clarice Lispector





Passei horas conversando com Billy. Ele me contava sobre as histórias dos Quileutes, sobre os lobos e o passado da tribo. Até fatos engraçados da infância de Jacob. Descobri encantada que eu ainda tinha uma tia viva e vários primos.


- Poderíamos marcar uma reunião essa noite. Você poderia vir, já que é uma Quileute. – Billy disse sugestivamente. - Assim você poderia conhecer seus parentes. Que me diz ?


- Eu... eu não posso. - respondi tristemente.


- Ela tem um compromisso hoje, pai! – Jacob veio ao meu auxilio.


Jacob havia se mantido em pé apoiado na parede ao lado da porta a conversa toda, com os braços cruzados sobre o peito.


- Fica para outro dia então?- Billy perguntou docemente. Assenti sorrindo, mesmo sabendo que dificilmente poderia cumprir.


- Mas para o almoço você fica, não é ? –Rachel perguntou saindo da cozinha.


- Também não posso, me desculpe! Eles já devem estar me procurando.


- Tudo bem! – Billy disse resignado. – Mas prometa que vai voltar.


- O mais breve possível! – respondi lhe dando um abraço. – Foi um prazer Billy.


- O prazer foi todo meu, minha querida.


- Até mais minha futura cunhada. – Rachel disse ao me dar um abraço. Senti meu rosto formigar, provavelmente eu havia ficado muito vermelha.


Jacob passou os braços pela minha cintura me abraçando de lado, enquanto saiamos pela porta e atravessávamos o gramado.


-Nunca pensei que tivesse que disputar sua atenção com meu pai. – ele se queixou, enquanto caminhávamos até onde tínhamos deixado meu carro e .


Girei os olhos. – Que ciumento! – falei sorrindo, arrancando um imenso sorriso dele também. – Mas você tem razão, seu pai é um fofo.


- Eu disse! – ele falou divertido . – Sério, que bom que você se deu bem com o velho!


- Não tem como não gostar dele Jake.


- Sabe... – ele começou cuidadoso de repente. – ele te receberia de braços abertos.


Parei e me virei para encarar seus lindos olhos castanhos escuros. Totalmente espantada pela proposta ocultada naquelas palavras.


- Você está me convidando para morar com você? – perguntei.


- Não é como se eu nunca tivesse te feito essa proposta. – ele deu de ombros. Era verdade, mas a diferença agora é que eu estava bem inclinada a aceitar.


- Você sabe que está correndo o risco de eu dizer sim, não é?


Jacob sorriu largamente. – Verdade?


- Acho que é a melhor solução. Mas não quero dar trabalho para sua família.- falei.


Jacob sorria radiante. – Não vai ser trabalho nenhum.-afirmou.


Nós dois suspiramos quase ao mesmo tempo em que nossos olhos se encontraram novamente, como se quisessem mandar mensagens que nenhuma palavra poderia. Então em um movimento espontâneo, como se nós fossemos guiados por uma força alheia, os nossos lábios se buscaram, num beijo suave a principio, que logo se tornou ardente.


Um arrepio de calor atravessou meu corpo quando senti o calor do corpo dele, tomar conta do meu. Sentia meu coração saltando no peito, meu sangue circulava velozmente em minhas veias. Nossas mãos se movimentavam livremente fazendo aumentar a intensidade do beijo.


As risadas de Embry e nos fizeram frear. A magia se rompera.


- Ah, vocês chegaram! – ela não escondia o tom de decepção. Eu também não estava diferente com a sua chegada.


- Temos que ir! – falei a contra gosto.


Jake me puxou para perto, colando nossos corpos novamente. Ouvi Embry se despedindo de .


- Foi um prazer te conhecer ! – Embry se despediu.


- O prazer foi meu, Embry! – respondi desviando os olhos de Jake só por um segundo.


- Até mais tarde, Anjo!- Jacob disse a centímetros do meu rosto.


- Jake! – choraminguei.


- Shhhh! Eu prometo me comportar. Só preciso ficar perto de você.


- Sério, Jake! Você precisa é dormir. – passei os dedos suavemente pela marca escura que estavam embaixo de seus olhos.


- Eu preciso é de você! – ele falou se aproximando mais.


- Você não disse que precisávamos ir, ? - perguntou mau humorada já sentada dentro do carro.


- Tenho que ir! – afirmei tristemente entrando dentro do carro, e vendo Jacob diminuir pelo retrovisor, enquanto eu acelerava em direção ao acampamento.




-Sabe . - disse enquanto observava a paisagem passar correndo pela janela do carro. – Se você quiser eu venho com você morar em La Push.


- Sério? – perguntei espantada. – Embry mexeu tanto com você assim?


- Ele é bom. – ela disse. – E bonito. – sorriu, mas então seu rosto ficou triste. – Talvez nós não tenhamos futuro, mas... - se remexeu no assento do carro. – É melhor do que me casar com Benício. – falou tristemente.


- O que? – perguntei espantada desviando os olhos da estrada somente o suficiente para olhar seu rosto.- Quem disse que você vai se casar com Benicio? – só falar aquele nome já me dava asco.


- É o que andam dizendo no acampamento. Que Leonel vai dar minha mão a ele.


- Isso não vai acontecer, ouviu?- falei convicta. – Hoje mesmo falarei com Bato.


suspirou. – Você poderia tirar as cartas para mim, não é ?


- Claro, sem problemas!- respondi, freando perto das barracas e puxando o freio de mão. – Agora vamos, que temos que enfrentar Nadine. – apontei com o queixo a cigana que nos encarava furiosa com as mãos cheias de joias na cintura.




- Bato, preciso falar com você. – disse ao entrar pela porta da tenda dele.


- Entre criança! - Bato estava sentado atrás de sua mesa de mogno antiga. Ele retirou os óculos que usava e largou o livro antigo de capa vermelha que tinha nas mãos. - Eu também preciso falar com você! Sentem-se!


- Sim Senhor?


- Notei que você anda sumida. Por onde você tem andado?


Bato reconhecia minha mentira de longe, por isso não desviei os olhos dos dele por nenhum segundo e falei o mais diretamente que pude.


- Andei visitando La Push. – isso não era mentira.


Leonel continuava me encarando com sua expressão indecifrável, mas uma pequena tensão nos ombros denunciou que ele não havia gostado muito daquela história.


- Você andou conversando com alguém de lá? – perguntou com o mesmo tom sereno, mas eu sabia que ele estava desgostoso.


- Não. –menti. - Somente vendo os lugares, onde minha Daí viveu. Eu sinto muita falta dela.


Vi a tensão dos ombros de Bato se dissipar e um sorriso leve e melancólico se formar em seu rosto.


- Eu também sinto, filha! Apesar dela não ser uma Calin de sangue, ela foi perfeita. -Como eu nunca serei. Pensei. – Mas me diga o que você queria falar?


- É sobre . – assisti as sobrancelhas de Leonel se juntarem formando mais uma ruga em sua testa.


- O que tem ?


- Eu ouvi um buchicho pelo acampamento... – comecei a falar.


- Não ligue para fofocas dessas ciganas velhas.


- Então é boato que você vai dar a mão de para Benicio? – perguntei diretamente. Leonel me encarou com expressão seria.


- Eu ainda não decidi. Mas eu sou responsável por ela desde que sua mãe foi embora, abandonado a filha recém nascida.


- Eu sei! Mas Bato você não pode!


- Eu acabei de dizer que não decidi ainda. Mas o que você prefere, que ela fique solteira? não tem descendência, não sabemos nem que é seu pai. – ele disse mais severamente. – Tem sorte de algum Calôn (Cigano), se interessar por ela.


- é como se fosse minha irmã! E você sabe que Benicio não tem um bom caráter, no fundo você sabe! Só o mantém perto para ele fazer o serviço sujo, que outro não faria.


- Criança! – ele disse em tom de repreensão. Mas eu não ia me calar.


- Ele tem olhos de cobiça para cima de mim, sempre teve desde que eu era criança. – declarei.


Os olhos de Bato se arregalaram me encarando.


- Isso é verdade? – ele perguntou.


- Sim! – falei. Mantive minha postura ereta para que ele soubesse que não estava blefando.


- Deixe que eu cuido de Benicio. Agora vá! Você tem uma noite importante hoje.


- Optchá! (Obrigada) – falei antes de sair.




O céu estava nublado, fazendo com que a noite chegasse mais cedo naquele dia.


Eu me olhava no espelho, passando a mão pelo tecido vermelho com fios de ouro, que ornavam meu vestido. Meu cabelo estava solto que caia em ondas fartas até o final das minhas costas, a não ser por uma pequena parte que estava presa por uma fivela enfeitada de rosas vermelhas.


- Você está linda! – Nadine dizia emocionada pela décima vez. Batendo as mãos que tilintavam com o barulho das varias pulseiras que usava.


Respirei fundo, tentando criar coragem para enfrentar o que estava por vir.


- Ele chegou! – Jandira anunciou empolgada, entrando em minha tenda seguida por que me encarava com olhos tristes.


- Pronta?- Nadine perguntou.


Não!


- Sim! – respondi com um suspiro.


- é seu noivo! Alegria! Alegria! – Nadine dizia também empolgada.


Sai da tenda sendo cercada pelas mulheres do meu povo, todas usavam vestidos coloridos de festa e sorriam, batendo palmas, festejando por onde eu passava.


Todos pareciam alegres, somente eu e mantínhamos os olhos tristes.


- Mi prama chukar! (Minha linda jóia)- meu pai disse assim que me viu. – Venha conhecer o seu noivo!- ele estendeu seu braço em minha direção, acenando para que eu me aproximasse. – Iago, essa é a sua noiva!








O cumprimentei somente com um aceno de cabeça.


- Você é muito linda Principessa! – disse Iago. (N/A não se esqueçam que Iago mora na Itália, então ele fala algumas palavras em italiano, muito poucas, quase nada ! rsrsrs)


Tentei esboçar um sorriso, mas acho que só consegui fazer uma careta.


Leonel uniu minha mão com a de Iago, colocando um lenço vermelho em volta delas.


- Que essa união traga muitos frutos para o povo cigano. Que suas vidas, sejam repletas de fortuna, alegrias e sorte. Que Santa Sara Kali coloque seu manto em cima desse casamento..,


Bato continuou falando, mas meu pensamento já não estava mais ali. Eu via os sorriso de Iago, sentia a sua pele tocando a minha, só que não era o sorriso que meu coração pedia, nem a quentura das mãos que meu corpo ansiava. Sem perceber meus olhos correram pela floresta escura que rodeava o acampamento. Eu sabia, eu sentia que em algum lugar ali. Jake nos observava.


- Vamos a musica! – Bato gritou. Todos os outros comemoravam meu povo mais os dois acompanhantes de Iago que também estavam juntos. Minha mão e a dele continuavam unidas pelo lenço vermelho e assim deveriam ficar até o fim da musica.






Eu já estava deitada em minha cama, que era rodeada por organza vermelha, que pendiam do teto da tenda. Meus pés doíam por causa das danças que entraram noite adentro. Apesar do cansaço eu não conseguia dormir. Eu estava noiva oficialmente! Mas aquilo não tinha significado nenhum para mim. Porque meu coração já tinha outro dono. Jacob Black! No momento em que pensei seu nome, minha tenda foi tomada pelo cheiro amadeirado. Um cheiro de terra úmida com hortelã. (N/A Ok confesso, totalmente Patch! Rsrsrs)


Senti as mãos quentes dele tocando minha perna, subindo levemente por baixo de minha camisola. Abri os olhos e dei de cara com seu sorriso iluminador.


- Se isso é um sonho, eu não quero mais acordar! – falei fechando os olhos novamente, enquanto as mãos febris enlaçavam minha cintura mais fortemente, me puxando mais para ele, grudando nossos corpos. Espalmei as mãos, sentindo a firmeza de seus músculos peitorais, através do tecido fino de sua camiseta.


- Você não está sonhando, Anjo! – Jake disse.


Arregalei os olhos. Se eu não estava sonhando, estava delirando. Porque se não fosse isso, Jake estaria mesmo deitado na MINHA cama!


- Jake! – sussurrei ao constatar que aquilo também não era alucinação. – Você está louco!


- Shhhhh! – Jake disse me puxando novamente para que eu me deitasse em seus braços. – Não se preocupe! Eu esperei todos dormirem.- ele disse contra os meus cabelos. – E nós temos um vigia.


- Vigia? – perguntei levantando o rosto para poder encara-lo melhor.


Jake deslizou seus dedos suavemente pelo meu rosto, me olhando com admiração.


- Seth! – ele respondeu sorrindo.


- Você meteu o coitado do Seth nisso? – perguntei ainda aos sussurros.


Jake deu de ombros, ainda alisando meu rosto.


- Ele vai avisar qualquer aproximação. Além disso, eu tenho ótimos ouvidos e faro. Ninguém vai se aproximar daqui sem ser notado.


- Se é assim Sr. Black, porque o Sr precisa de Seth? – perguntei em tom de provocação.


- Caso eu me distraia. – ele respondeu aproximando o rosto do meu, seus olhos fixos na minha boca.


- Se distraia com que? – falei aos sussurros o provocando mais, já sabendo do que ele falava.


- Com isso! – ele disse encostando sua boca na minha suavemente. No segundo seguinte, eu senti sua boca tomar posse da minha com urgência e desejo. Seus lábios quentes e sua língua invadiu a minha, Jake explorava minha boca. E eu suguei sua língua. Era saborosa, era quente e úmida, era excitante. Sem me importar mais em sermos descobertos, eu me agarrei em seu pescoço intensificando aquele beijo enlouquecedor.


- Jake! – eu disse sem fôlego, quando ele deixou minha boca, para podermos respirar. – Eu quero ser sua esposa! Quero ser sua mulher, agora! – falei juntando toda a coragem que podia.


Jacob arregalou os olhos. Me sentei na sobre meus joelhos, levantando minha camisola e a retirando pela cabeça. Senti os olhos dele sobre meus seios e me intimidei ao sentir suas mãos quentes tocá-los, primeiro um depois o outro, eu fiquei petrificada, sentindo, querendo, desejando. Eu tive que me concentrar para não gemer alto quando ele cobriu meu mamilo enrijecido com seus lábios.


Acariciei seus cabelos curtos e negros, enquanto ele sugava meus seios, mordia, beijava. Eu precisava deitar, já não conseguia me sustentar em meus joelhos, tremia inteira de desejo.


Jake pareceu ter percebido, pois me fez deitar sobre o lençol. Eu não me importava com mais nada, somente com aquele desejo, a necessidade insana de ser possuída por aquele homem.


Ele se posicionou entre minhas pernas e para meu deleite absoluto, tirou lentamente a camiseta, expondo para mim novamente aquela imagem divina. Jacob parecia uma escultura viva de algum deus pagão.


- Você tem certeza, Anjo? – perguntou inseguro, antes de voltar a se deitar por sobre mim.


Engoli em seco antes de responder.


- Toda a certeza do mundo.










Sentir o corpo dele sobre o meu corpo nu, seu calor, seu perfume, me fez perder o juízo.


- Eu não sei o que fazer direito! – ele sussurrou desconcertado, rindo sem jeito.


- Então vamos descobrir juntos!- falei.


Jake tomou minha boca novamente, então vagarosamente o senti entrando dentro de mim. Cravei minhas unhas nas costas dele e mordi os lábios, para reprimir um grito. Ele paralisou.


- Eu te machuquei?- perguntou agoniado. – Acho melhor a gente...


- Vai me machucar se me rejeitar agora. – falei convicta.


Eu não suportava mais tanto prazer, era doloroso eu jamais havia passado por isto, jamais havia imaginado que algo poderia ser tão bom a ponto da dor aguda. Jake se movimentava delicadamente. Então eu comecei a me mexer junto, o instigando a aumentar o ritmo das investidas.


Logo nós dois estávamos em sincronia. Era incrível como nossos corpos se encaixavam, era realmente feitos um para o outro.


Uma explosão de sensações tomaram conta de mim e eu tombei a cabeça para trás novamente suspirando, tremendo convulsivamente, vendo pontinhos coloridos por todos os lados e ouvindo o tamborilar ensurdecedor de meu coração. Mais alguns movimentos e era a vez de Jake estremecer por sobre mim.


Ele, depois de algum tempo me puxou para cima de seu corpo, me aconchegou em seus braços e me beijou. Um beijo intenso, porém terno e doce. (N/A eu sei, não foi grande coisa, mas qual primeira vez que é?=[)


Adormeci em no calor de seus braços e quando estava quase amanhecendo, senti Jake deixando minha cama devagar.


- Jake? - perguntei baixinho segurando sua mão antes que ele me deixasse por completo. – Onde você vai?


- Durma meu amor! – ele disse voltando e sussurrando contra a minha testa. – Mais tarde nos encontramos na clareira.


Jake depositou um beijo em minha testa e outro de leve em meus lábios. Quando ele saiu silenciosamente um frio anormal tomou conta do lugar, me encolhi cobrindo o corpo com os lençóis. Logo uma angustia tomou conta do meu corpo. E eu tive uma sensação de perda enorme. Como se eu nunca mais fosse ver Jake novamente.







Capítulo 8







"... fica sempre a certeza de que se dormiu e se sonhou."
Clarice Lispector



Me vesti rapidamente, correndo para fora da cama. Meus pés afundando na terra enlameada pela chuva da noite anterior. A neblina que cobria o acampamento, tornava a angustia que crescia no meu peito maior ainda. Não havia nada lá. Nenhum sinal de movimento. Jake já havia partido.


Desde pequena fui ensinada a ouvir meus instintos, e naquele momento eu sabia que alguma coisa muito ruim ia acontecer.


Você vai voltar para dentro, vai se vestir e vai embora para La Push! Uma voz ordenou dentro dos meus pensamentos.


Corri para dentro da grande tenda, tirando rapidamente minha camisola e colocando minha calça jeans e uma camiseta preta. Eu iria terminar de me arrumar e somente buscaria e sairia de lá rapidamente. Não levaríamos nada conosco. Virei minha caixa de joias por sobre a cama colocando todas elas dentro de uma mochila. Elas iriam nos sustentar por algum tempo.


Peguei meus tênis, quando estava terminando de calça-los, o tilintar de joias me fez paralisar.


- Já de pé, ? – Nadine entrava pela porta. - Achei que você dormiria até tarde. – ela disse sorrindo.


Nadine! O que eu iria fazer com Nadine? Engoli em seco. Eu não poderia leva-la junto, ela nunca aceitaria. Teria que despistá-la.


- Mas você não vai sair assim, não senhora. Venha! – ela me empurrou até as araras onde ficavam meus vestidos. Com o pé empurrei a mochila com as joias para baixo da cama, sem que ela percebesse. Tomei um banho, o mais rápido que pude e Nadine me obrigou a colocar um vestido colorido. Praticamente empurrando por sobre meus ombros. – Ué! - exclamou ela segurando a caixa de joias vazia. – Onde estão suas joias? – perguntou desconfiada.


- Eu mudei de lugar, para esconder de . Ela remexe muito e deixa tudo bagunçado. – despistei.


- Então coloque umas pulseiras e aqueles brincos de argola. Vou preparar seu café da manhã. – assenti mordendo os lábios. Eu tinha pouco tempo


Quando Nadine estava longe o suficiente, sai da tenda indo em direção ao dormitório de .


- Bom dia Principessa! - a voz de Iago veio das minhas costas. Maldição!


- Bom dia! – respondi mal humorada, mas meu tom não diminuiu em nada seu sorriso, pelo contrario ele se aproximou mais. – Vou lhe acompanhar no café da manhã. – afirmou, colocando a mão em minhas costas e me conduzindo até a tenda que servia como refeitório.


Eu estava com medo que algo me denunciasse. Será que eu estava diferente? Tinha alguma marca visível no meu corpo? Porque de repente todos pareciam me observar! Eu precisava de somente um momento de distração. Me servi de somente uma xícara de café com leite, e me sentei novamente no grande banco de madeira que rodeava a mesa. Iago se sentou ao meu lado, e como se não bastasse, Sérgio, seu braço direito se sentou no meu lado oposto. Agora eu estava cercada.


Meus olhos brilharam quando atravessou a porta. Ela seria minha salvação.


- Desculpe! – falei me levantando. – Eu amei a companhia de vocês, mas pediu para que eu tirasse as cartas para ela. Peço licença. – fui o mais simpática que pude. Não queria levantar mais suspeitas. Pareceu que eles engoliram porque os dois abriram um sorriso e assentiram.


- !-chamei assim que me aproximei dela. Ela estava se servindo de seu desjejum. – Se você quiser que eu leia as cartas para você, tem que ser agora! – falei calmamente, mas no fundo eu estava uma pilha de nervos.


Ela olhou meus olhos por um segundo, depois assentiu largando seu café ali mesmo. Saímos nós duas em passos largos até minha tenda onde eu explicaria tudo a ela o mais rápido possível.


Quando cheguei lá, Soraia arrumava minha cama.


- Parece que suas regras vieram mais cedo esse mês, ! – ela disse assim que colocamos os pés dentro da tenda. Arregalei os olhos. Como eu me esqueci de verificar se havia algum resquício de sangue no lençol?– Não se preocupe. – falou colocando a mão carinhosamente em meu ombro.- É normal acontecer quando se fica ansiosa. Vou levar esses lençóis para lavar. – Soraia saiu carregando a trouxa de roupa suja.


- O que está acontecendo, ? - perguntou assim que Soraia estava a uma distancia segura.


- Nós vamos embora para La Push! – despejei.


- Hoje? – ela me perguntou.


- Agora ! Não podemos perder tempo. – falei desesperada.


- Tudo bem, mas o que aconteceu?


Olhei para os olhos cor de canela de minha amiga.


- você confia em mim? – perguntei segurando suas mãos.


- Claro que confio ! – ela respondeu.


- Ah! Vocês estão ai!- Nadine disse entrando pela porta. Fechei os olhos, respirado fundo até a vontade de gritar passasse. Será que logo hoje, eu não teria um momento de sossego??


- veio ler as cartas para mim!


Nadine sorriu, pegando alguns vestidos que estavam espalhados e começado dar uma arrumada na tenda.


- Não se incomodem comigo, podem ficar a vontade. – ela disse.


Só mais alguns instantes! Sem ter o que fazer, peguei meu baralho de tarô e comecei a coloca-lo em cima da cama, com sentada de pernas cruzadas em minha frente.


O instante em que toquei a primeira carta, a imagem de Bato cercado por uma nuvem negra, ocupou minha visão. Um cheiro de sangue fresco revoltou meu estômago.


- Bato! – sussurrei.


- O quê? - e Nadine perguntaram juntas.


- BATO! – gritei, saindo correndo tenda a fora, só parei quando cheguei perto da tenda de Leonel e ouvi a voz adulterada de Benicio.


- Você me deve! – Benicio dizia entre dentes.


- Eu o que?- a voz de meu pai era dura. – Eu te dei um nome, mesmo você não tendo casta!


- Eu já aguentei demais de você, Leonel! E quando eu te peço a mão de uma vagabundinha qualquer, você me nega. – Então bato havia negado a mão de .


- Não fale assim de ! – exclamei invadindo a tenda de meu pai.


- Não se meta .- meu pai ordenou, mas eu fui contra meus ensinamentos de sempre ouvir os mais velhos e continuei a encarar aquele homem repugnante que estava parado em minha frente.


- Só mesmo uma vagabunda para defender outra! – Benicio vociferou. Levei aquilo como uma bofetada, ninguém nunca havia me tratado daquele jeito antes, se referido a mim daquela forma.


Bato passou o braço por mim, me puxando para me manter protegida atrás dele.


- Retire o que disse! – Bato ordenou. Benicio sorriu cínico. – Você não tem honra! Fica inventando calunias! Cabipes! (Mentiras)


- Você pensa que eu nunca vi?- Benicio continuava falando sem tirar os olhos de mim. – Seus encontros furtivos com um indígena local?


Meus olhos quase saltaram para fora. Meu coração pareceu falhar por um instante, para depois voltar a bater freneticamente.


- MENTIROSO!!- Leonel berrou, se jogando em direção a Benicio.


Tudo aconteceu tão rápido que em dois batimentos cardíacos já havia acabado. Benício havia tirado a adaga da presilha de seu cinto, e sem que Leonel percebesse o movimento, enfiou em seu peito!


Um grito morreu na minha garganta. Porque eu ao podia acreditar no que via. Meu pai ensanguentado somente com o punhal da adaga exposto em seu peito.


Me ajoelhei ao lado do corpo inerte de Bato no momento em que a tenda se enchia com o restante de meu povo. Benicio era mantido imobilizado por dois dos homes de nosso clã. Eu não conseguia chorar, porque simplesmente aquilo parecia irreal demais.


- Alguém faça alguma coisa! – implorei varrendo os olhos por rostos chocados. Logo Iago se ajoelhou ao lado de Leonel, sua mão pousou na lateral de seu pescoço por alguns segundos. Logo seus olhos penosos foram para mim.


Não!


- Não! Não! Não! NÃO! – gritei me agarrando ao meu pai aos prantos. Ele não podia ter morrido.


Nadine se ajoelhou ao meu lado, me puxando para seus braços.


- Você cometeu o pior dos crimes! – Iago disse com sua voz fria e cortante como navalhas de gelo. Puxou a adaga do peito de Leonel, tirando um lenço vermelho de seu pescoço e limpando a lamina. – Você matou um Urai!- Se levantou vagarosamente com a adaga empunhada na mão, cuspiu nela e depois a jogou no chão. Tirou sua própria adaga do seu cinturão. – Todo o cigano é julgado dentro de seu clã. Eu te julgo culpado e te condeno a pagar com sua vida! Lurido malare! (Porco imundo)– dizendo isso passou a adaga pelo pescoço de Benicio, limpando a lâmina na roupa dele, enquanto o homem se afogava em seu próprio sangue.


Me encolhi mais no colo de Nadine, logo também estava ao meu lado alisando meus cabelos. Iago me ajudou a levantar.


- Venha Principessa!- os outros vão cuidar dele. Eu não sentia minhas pernas então Iago passou as mãos pelas minhas costas e pernas enquanto eu me afundava em seu pescoço sem conseguir frear o choro.


Ouvia os soluços de Nadine e que nos seguiam até minha tenda onde Iago me deitou suavemente em minha cama. Me agarrei em minhas almofadas deixando o desespero tomar conta, porque naquele momento eu me sentia só, muito só. Precisava urgentemente de Jake ao meu lado.


- Ela parece estar em estado de choque! – Nadine choramingou se sentando ao meu lado.


- Deixe a descansar! – Iago ordenou. – Quando ela estiver pronta nós faremos as homenagens e começaremos o ritual.


Eu não sei quanto tempo se passou. Estava em um estado entre a inconsciência e a realidade, só sei que quando dei por mim, o dia nublado e chuvoso já estava quase em seu final, dando lugar a uma noite também igualmente chuvosa. Nadine e os outros haviam se reunido para começar os preparativos para a cerimônia fúnebre de Leonel.


Me dobrei sobre meus joelhos me sentindo a pior de todas as filhas, porque ninguém nunca me tiraria da cabeça que meu pai morrera por minha causa.


Por um momento, tudo que me passava na cabeça, era que eu sabia que isso iria acontecer. Afinal foi me avisado no segundo em que minhas mãos tocaram as mãos de Jacob pelo primeira vez. E eu permiti que isso ocorresse.


A dor atravessou meu peito novamente e eu senti que mais que nunca precisava dele ao meu lado. Nem que fosse por uma ultima vez.


Joguei meus pés para fora da cama e espiei pelo acampamento, ninguém estava por perto, ocupados demais preparando o funeral de nosso Urai, nosso rei. Meu pai.


Corri o mais rápido que pude em direção a floresta, quando estava alcançando uma voz muito conhecida me deteve.


- onde você vai? - perguntou.


- Estou indo para La Push.


- Você está indo embora? – ela perguntou angustiada. usava um lenço negro sobre a cabeça. Sinal de luto, ela também carregava outro nas mãos.


- Preciso ver Jacob. – respondi.


- Vou com você! – ela disse decidida, então levantou o lenço em minha direção. – Estava levando para você.


Peguei o lenço de sua mão e amarrando em meus cabelos.


- Vamos ! – falei pegando sua mão e entrando por meio as árvores.


A floresta parecia mais fantasmagórica e perigosa do que nunca. Vários barulhos se faziam ao nosso redor. choramingava baixinho enquanto era praticamente rebocada por mim, por meio os galhos e raízes expostas.


- ! – ela retesou quando um barulho mais alto estalou bem perto a nós. – Estou com medo.


Eu também estava com medo, mas não tínhamos tempo a perder. Eu olhei em volta e pude ver um vulto escuro passar por entre as árvores.


- Vamos, nós temos que alcançar o rio.


- Tem algo nos seguindo! – ela sussurrou. Eu também pressentia isso. – Eu não sou uma Gargel! Estou com muito medo!


Passei minhas mãos por trás do meu pescoço, abrindo o fecho da minha corrente que prendia meu amuleto. Passei por seu pescoço.


- Pronto! Agora você está segura! – falei.


- Mas e você? - perguntou aflita.


- Estaremos seguras assim que atravessarmos o rio, mas se alguma coisa me acontecer, fuja e não olhe para trás. – falei a olhando seriamente. gemeu baixinho e eu a puxei pela mão e começamos a correr o mais rápido que podíamos.


Aumentei a velocidade quando ouvi o barulho de água corrente. -Estamos perto agora, !- falei.


Quando pulamos o barranco e senti a água gelada tocando meus pés, pude suspirar aliviada.


- O que te dá a certeza de que agora estamos seguras, ? perguntou.


- Porque estamos em La Push! –respondi.


Atravessamos o rio com a água gelada cobrindo até a altura de nossa cintura. A noite escura já havia tomado conta e a chuva amenizada pelas copas das árvores, faziam os pingos chegarem grossos até nós. Logo mais barulhos começaram em nossa volta. Folhas sendo amassadas. Um vulto amarronzado passou por uma árvore. choramingou.


- Você disse que estaríamos seguras!


- E estamos. – disse aliviada. – Eles são amigos.


- Tem certeza? – ela perguntou insegura.


- Preciso falar com Jake!- falei.


Logo um lobo cor de areia, mais baixo e mais magro que Jake em forma de lobo apareceu em minha frente, ladeado por mais dois lobos, um cinza e um marrom.


Senti chorar baixinho e se apoiar em minhas costas. Apertei forte sua mão para lhe passar confiança.


- Preciso falar com Jake! – repeti olhando fixamente para o lobo cor de areia em minha frente. Ele inclinou um pouco a cabeça, logo os outros dois lobos o olharam. Então ele se retirou rapidamente para o meio das árvores, voltando em sua forma humana ajeitando as bermudas.


- Seth! – suspirei.


- Oi ! Oi !


estava completamente paralisada atrás de mim. Ainda apertando forte a minha mão.


- Eu preciso falar com Jake, Seth! – falei.


- Jake não está !


- O que? – perguntei.


- Ele teve que viajar as pressas. Ele pediu para que eu te escoltasse até a casa de Billy. E que vocês duas o esperasse lá.


- Quando ele volta?- perguntei já sentindo o bolo formar em minha garganta.


- Amanhã. Mas , ele me deixou ordens expressas para que...


- Eu não posso esperar até amanhã, Seth. – falei desanimada. – Onde ele foi? – perguntei sem esperanças.


- Ele recebeu um telefonema de Bella, e foi se encontrar com ela e...


Eu já não ouvia mais nada. Jacob havia ido se encontrar com a garota que ele foi apaixonado? Justo agora? Senti meu coração de quebrando.


Me virei e comecei a puxar que continuava paralisada.


- Espere ! – Seth pediu.


- Eu não posso esperar por ele, Seth!


- Cara, Jacob vai me matar! – ele disse coçando a nuca. – Então me deixa ao menos escolta-las até o acampamento.


Assenti sabendo que com Seth seria muito mais seguro chegar viva até em casa.


e Seth ficaram o caminho todo conversando sobre ele ser um lobisomem, mas eu me mantinha calada. Eu estava em pedaços. E a única pessoa que poderia me juntar,estava muito longe dali, ocupado demais para me ajudar.




N/A Florzinhas, no próximo capitulo POV do Jake explicando esse telefonema da Bella e encontro com os Cullens. Bjs







Capítulo 9



POV Jacob Black


Deslizei devagar meus dedos pelo braço do meu Anjo adormecido, sentindo a pele macia da . Eu não me lembro de ter me sentindo tão feliz antes. Vê–la dormindo tranquila e meus braços depois de ter se entregado para mim, seu corpo nu junto ao meu, nossas pernas entrelaçadas, me causava uma satisfação incrível. Eu estava finalmente completo!


Como eu podia um dia, ter preterido um imprinting? Como eu cheguei a pensar que seria mais feliz se não tivesse acontecido? Eu não conseguia nem pensar em minha vida sem ela. Meu anjo salvador! O balsamo para dor! A luz na escuridão! era perfeita! Tudo nela era perfeito para mim. Seu cheiro doce me atraia, o gosto de seus beijos, sua voz, a textura de sua pele levemente bronzeada, o cabelo liso e castanho que caia até abaixo da sua cintura e o castanho esverdeado de seus olhos, cor da floresta de La Push.


Ela era mais que uma atração para os meus sentidos. era muito mais que uma garota linda, com um corpo maravilhoso. O jeito como se preocupava com sua amiga, seus parentes, seu pai. Ela tinha um coração enorme! Enorme e misterioso, que me instigava a querer saber mais. Eu queria saber tudo dela. Fazer parte da sua vida, como ela já fazia parte do meu mundo! Ela era o meu mundo!


Ouvi o barulho de patas amassando as folhas lá fora, e junto os pássaros começando o seu gorjeio, e eu sabia que meu tempo com meu anjo encaixado em meus braços estava chegando ao fim. Tive que repetir mentalmente, mais de uma vez, que seria por pouco tempo que ficaríamos afastados. Logo ela estaria de novo em meus braços. E logo ela viria morar comigo de vez.


Tirei meu braço devagar debaixo de sua cabeça, tirando as mexas castanhas do seu cabelo que caiam em seus olhos. Fiquei ali ainda parado ao lado da cama, deslumbrado com a imagem dela adormecida em meio aos lençóis. Não pude impedir de reviver as lembranças da noite passada, no momento em que estava dentro dela. Todo meu corpo reagiu a visão, e tive que lutar conta a vontade de voltar a deitar ao seu lado. Vesti rapidamente minhas bermudas, sentando novamente na cama.


A observei sorrindo de leve enquanto dormia. Seu peito subindo e descendo com a sua respiração ritmada. tinha um sorriso leve nos lábios cheios e estava deitada com um braço apoiado por sobre a barriga lisa, o outro dobrado ao lado da cabeça. Era a garota mais linda que eu já havia visto na vida. E era minha! Somente minha! Suspirei fundo tentando clarear as idéias nada descentes que vinham a minha mente. Olhei a esfera prateada que ela carregava pendurada ao pescoço, um amuleto com várias insígnias desconhecidas escritas ao redor dele. Esse ar de misticismo que ela carregava com ela, a traziam mais para perto do meu mundo. Talvez tenha sido por isso que ela aceitou tão bem minha natureza.


Quando ia me levantar senti sua mão suave segurando a minha.


- Jake? - ela sussurrou. – Onde você vai?


- Durma meu amor! – eu disse me inclinando sobre ela e sussurrando contra a sua testa. Aspirei mais uma vez o seu cheiro maravilhoso que tanto me embriagava.– Mais tarde nos encontramos na clareira.- Dei um beijo em sua cabeça e outro de leve em sua boca.


Antes de sair da tenda prestei atenção aos barulhos do acampamento, mas não havia ninguém acordado àquela hora. Então corri para o meio da floresta onde pude me despir e me transformar.


Um lobo magricela cor de areia se aproximou de mim. Nenhum pensamento vinha de sua cabeça, somente a minha imagem humana entrando no meio das árvores, com um enorme e bobo sorriso no meio da cara. Eu sabia o que ele queria mostrar: Eu estava feliz, e ele ficava feliz por isso.


Obrigada Seth! pensei.


Disponha Jake! ele respondeu.


Ai Jake! Finalmente hein?


Rosnei para Paul, não queria as minhas intimidades com a minha garota rolando pelas mentes indiscretas deles.


Não amola! pensei de volta, me pondo a correr para La Push.


Jared tossiu uma risada.


Acho que o fim da era Jake resmungão e começo da era Jake todo bobo e apaixonado!

E eu acho que vocês dois esqueceram quem manda aqui! Posso transformar a vida dos dois em um inferno com apenas um latido! Então PAREM!



O meu timbre ecoou nos ouvidos dos três fazendo eles se encolherem. Eu odiava fazer isso, mas realmente eles estavam acabando com a magia do momento.


Vou me transformar e dormir um pouco! Sam assume daqui a meia hora!

Certo chefe!
Paul pensou Descanse bastante! Ainda havia zombaria em sua voz o que me fez trincar os dentes. Realmente eu odiava ver a como motivo de fuxicos entre eles, e era exatamente o que iria acontecer assim que eu me afastasse.



Me aproximei do gramado de minha casa e me transformei ainda em meio as árvores. O céu da manhã já ganhava tons acinzentados de mais um dia de chuva. A luz da cozinha estava acessa o que indicava que Billy já havia acordado.


– Oi meu velho! – falei assim que cruzei a porta.


– Olá garoto! – ele respondeu, colocando a xícara de café novamente no pires. Billy estava a mesa tomando se café habitual. – Como foi a ronda? – ele perguntou, o que foi estranho, não a pergunta em si, mas o tom interessado que usou. Os Cullens tinham partido a algum tempo o que representava uma certa tranqüilidade para nós. Ele sabia que nada demais estava acontecendo o que me dizia que Billy tinha certeza que eu não estava em ronda. Decidi falar a verdade e confirmar suas suspeitas.


–Eu não estava em ronda, pai! – falei antes de dar uma mordida na fatia de pão que tinha pego da mesa. – Estava com a ! – disse depois de mastigar e engolir um pouco.


Billy sorriu. – Ela é uma ótima garota! Fico feliz por você!


– Eu também! – o que me lembrou... – Pai?


– Sim.


– Quando a vier morar em la Push, senhor a aceitaria que ela morasse aqui em casa?


– Claro filho, sem duvidas!- ele disse sorrindo, destacando mais as rugas.


– Obrigada! – agradeci.


– Que isso, ela te trouxe de volta! Eu que tenho que agradecê-la! – Billy disse antes de levar a xícara novamente à boca.


Assenti concordando com ele. Eu era o velho e alegre Jake com a por perto.


– Vou descansar um pouco ok?


– Sem problemas! Rachel ainda está dormindo e eu vou sair daqui a pouco, temos Reunião no Conselho. Quero dar as boas novas!


Rolei os olhos. Mais fofocas.


Me atirei na cama com os braços embaixo da cabeça. Os olhos fixos nas ranhuras do teto do meu quarto. Agora sim as lembranças eram só minhas. Suspirei alto fechando os olhos.


– Jake! – a voz sussurrada a centímetros do meu rosto me fez abrir os olhos.


! – eu estava totalmente surpreso, não entendia como ela poderia estar ali no meu quarto. Olhei em volta por um instante e depois fixei os olhos nos dela. Ela sorriu.


Bem, não me interessava como ela tinha entrado sem eu perceber, muito menos do porque ela tinha vindo, a única coisa que me importava é que ela estava ali.


Me sentei na cama passando minhas mãos pelo seu rosto, seus olhos que tinham um brilho indescritível, se apertavam enquanto ela sorria. Ela se aproximou mais, sua boca deslizou pelo meu ombro subindo pelo meu pescoço até minha orelha. – Eu te amo! – ela disse em um sussurro me fazendo arrepiar.


– Eu também te amo, ! – respondi. Minha boca deslizando pelo rosto dela até achar sua boca. Suguei seus lábios, segurando seu rosto com uma mão. Com a outra fiz se sentar por sobre mim.


Me deitei novamente a trazendo junto comigo, a fazendo se deitar por cima de mim. Uma das minhas mãos continuava entre os seus cabelos, enquanto nossas línguas se entrelaçavam, a outra mão já deslizava por baixo do seu vestido branco e solto, me mostrando que por baixo dele, estava nua.


Ela sorriu maliciosamente antes de se afastar de mim e tirar o vestido em um movimento rápido, me fazendo perder o fôlego. Lá estava eu totalmente deslumbrado novamente, com tanta beleza.


Puxei ela pra mim novamente, sentindo minha excitação incomodando em minha bermuda. Tentei novamente beijá-la, mas ela se afastou sorrindo.


– Não vá! – ela pediu ainda sorrindo.


– O que?- perguntei sem compreender o que ela queria dizer. Eu não tinha intenção de ir a lugar nenhum!


– Não vá! – agora ela não sorria mais.


– Eu não vou a lugar nenhum! – afirmei, tentando puxá-la para mim novamente, mas ela se levantou.


– Não me deixe, Jake!- ela disse angustiada as lágrimas correndo pelo rosto.


– Nunca ! Nunca! – me levantei para abraçá-la. Vê–la chorando me partia o coração. O telefone tocou, mas eu o ignorei. – Eu nunca vou te deixar! – repeti, mas ela desviou os olhos tristes para o chão. Dei um passo em sua direção, mas ela se virou de costas.


O telefone tocou insistentemente me irritando profundamente. Olhei em direção a porta. Será que ninguém poderia atender? Quando voltei a olhar para ela não estava mais lá. Passei os olhos pelo quarto procurando por ela, mas ela não estava em nenhum lugar. O telefone tocou novamente e eu acordei.


Era um sonho! Mesmo constatando isso eu continuava com a sensação de vazio. O cheiro dela parecia impregnado no quarto, como se ela realmente estivesse estado lá. O telefone tocou novamente.


Levantei sentindo a raiva e a frustração fazendo o sangue borbulhar em meus ouvidos.


– Alô! – urrei.


– Jake?


Não reconheci a voz da garota do outro lado da linha.


– Sim? – perguntei um pouco mais calmo.


– Jake, sou eu Bella!


Bella? O que Bella queria comigo agora?


– Ah! Olá Bella! – cumprimentei tentando não passar muito desanimo na voz e falhando miseravelmente.


– Ah Jake! Me perdoe ter ligado. Na verdade eu não deveria...


– Tudo bem Bella! Só fale logo qual é o problema! – sim porque Bella só me procurava quando tinha problemas.


– Jake! É horrível!


– O que é horrível Bella?- perguntei ainda desinteressado.


– Fomos condenados Jake! Todos nós!


– Ah é? – falei. – Que coisa! – resmunguei. Quem disse que eu ainda me importava com os problemas de sanguessuga dela.


– Jake! – Ela me repreendeu.


– Olha Bella eu não dormi nada, estou exausto! – sorri me lembrando do motivo do meu cansaço.


– Jake, quando eu disse todos nós me referia aos lobos também!


– O quê? – agora sim ela tinha minha atenção.


Deixe que eu falo com ele! ouvi a voz do sanguessuga mauricinho.


– Olá Jacob! Edward falando!


– Eu sei! – sibilei.- Desembucha! Qual é a encrenca que vocês nos meteram dessa vez?


Edward fez um resumo do que havia acontecido. A historia era que uma das sanguessugas que se dizia amiga dos Cullens tinha visto a pequena anomalia que eles colocaram no mundo caçando junto com a Bella e Edward. Como ela não se aproximou o suficiente para ver que a criança era só uma cruza mal feita do que uma criança sanguessuga e como a tal vampira tinha raiva dos Cullens por não atacarem os lobos quando o bando matou o parasita amado dela, ela decidiu se vingar fazendo fofoca de todos nós para os tal de reis dos parasitas E eles estavam vindo acabar com todos. Já que lobisomens e crianças sanguessugas eram consideradas pragas por eles.


– Que venham! – foi a minha resposta dando de ombros.


– Não é bem assim Jacob! Eles não são os recém–criados! Porque nós não nos encontramos para conversar melhor?


– Encontrar?- perguntei desconfiado. – Onde?


– Você não viria ao Alaska não é? E nós ainda estamos proibidos de ir a Forks.


– Então...?- perguntei.


– Que tal no meio do caminho? Petersburg?


Pensei um momento. Eu não queria deixar sozinha, mas seria no máximo por um dia.


– Ok! Nos vemos lá! – desliguei o telefone.







***************************************



Agora eu corria de volta. O vento zumbia ao meu redor. Tudo o que eu conseguia ver era a expressão triste de pelos olhos de Seth.


Ela deve estar bem, Jake! pensou Sam. Ele e Embry tinham ido comigo ao encontro com os Cullens.


Não! Não está bem, alguma coisa aconteceu!


O sentimento que estava falhando, que ela precisava de mim e eu não estava lá, apertava a minha garganta.


Estamos quase chegando, Jake! Embry pensou.


Aumentei o ritmo e só freei bruscamente quando senti o cheiro do acampamento. Dei a volta farejando o ar arás do cheiro dela, mas ele estava muito fraco, quase inexistente. Rodeei mais o acampamento, ainda me mantendo oculto em meio às árvores me aproximando mais da tenda dela, mas para o meu total espanto e desespero, a tenda não estava mais lá.


Consegui farejar o cheiro de , ela trazia um balde de água em direção a uma das barracas de onde sentia forte cheiro de velas e incenso.


Me transformei rapidamente e vesti minhas bermudas, antes que a perdesse de vista.


! – a chamei. Fazendo com que ela deixasse cair o balde no chão derrubando todo o conteúdo em seus pés. Ela levou a mão no peito indicando que havia levado um susto.


– Jacob! – ela gritou. Depois olhou ao redor para ver se não havia ninguém olhando. marchou direto para floresta indicando que eu a seguisse.


, onde está a ? – perguntei assim que ela se aproximou de mim. Minha ansiedade não me deixava perder tempo.


mordeu os lábios, como se pensasse nas palavras que poderia usar.


– Ela foi embora! – despejou.


Meu estomago se retorceu com essa informação.


– Como foi embora? Para onde?


– Leonel foi assassinado! – levei outro choque com a informação. Me amaldiçoei mil vezes por não estar ao lado da quando ela mais precisou. – Então Iago passou a ser o responsável por ela e por nosso povo. Como ele tem... – fez uma pausa como se escolhesse as palavras. – ... Negócios em outro lugar, deixou um representante aqui e foi embora com .


Sacudi a cabeça em negativa, os dentes cerrados, apertei os punhos para controlar a raiva que eu sentia por mim.


– Para onde ele a levou?- perguntei entre dentes.


arregalou um pouco os olhos.


– Ela pediu que eu não contasse!


– O QUÊ? – urrei.


deu um passo para trás, mas eu não estava com raiva dela estava com raiva de mim.


– Ela tentou pedir ajuda para você! Mas você não estava! – falou como se justificando.


– Diga agora onde ela está! – dei um passo em sua direção, fazendo com que a garota se escolhesse assustada.


– Jake mano! – Sam falou colocando a mão no meu ombro. Logo Embry já estava ao lado de . – A garota não tem culpa.


– Eu sei! – falei derrotado.


Quando viu que eu tinha me acalmado falou novamente.


pediu que te dissesse que te ama muito, Jake! Mas ela pertence a outro mundo agora!


– Não! Ela pertence ao meu mundo! – meus olhos queimando com as lagrimas.


Ela pareceu pensar um pouco, me analisando intensamente. Então seus olhos brilharam como se uma luz estivesse acendido na sua cabeça.


– Bem, ela não disse que eu não podia lhe passar o numero do celular dela! – disse com um sorriso travesso no rosto. – Tem uma caneta?


– Não, mas tenho uma ótima memória! – falei com um pingo de esperança.



Capítulo 10





POV




A dor que eu sentia era tão grande que chegava a ser insuportável. Mais até que uma dor física. E o pior disso, era saber que eu era a causadora de tudo. Toda a vida que eu conhecia tinha sido transformada, no momento em eu aceitei Jacob nela.


Eu havia entregado a ele a coisa mais importante que possuía, minha honra!


Estava na lama!


Agora eu estava sem meu pai e sem Jacob.


Jacob que havia me deixado para ir atrás do antigo amor. Ele não podia ter me usado! Não podia ter sido tudo mentira!


Meu coração bateu dolorosamente. Parecia que faltava um enorme pedaço nele, e agora ele fazia força para voltar a funcionar.


Não! Não podia ser tudo mentira!


Parei de andar quando ultrapassei as primeiras barracas.


– Minha menina! Onde você andava?- Nadine me abraçou. Eu sentia meu rosto quente e molhado por causa das lágrimas. – Por Santa Sara Kali, você está fervendo!- ela se virou para . – Onde vocês estavam? Todos estão procurando por vocês?


– Acredito que ela esteja em choque!- disse. – Eu a encontrei vagando pela floresta.


– Ela está ardendo em febre!- Nadine disse alarmada.


Eu sentia minha cabeça rodar. Jacob! Jacob! Jacob!


– O que minha menina?- Nadine perguntou.


– Ela não está falando coisa com coisa, Nadine! É melhor levá-la para tenda! – ouvi falar. Mas a voz dela estava longe.


– Principessa! – a voz de Iago estava próxima, mas eu só via a escuridão. Senti meu corpo amolecer e mãos fortes me segurarem antes de ser tragada para a inconsciência.


POV


Eu não estava acreditando no que estava ouvindo!


Mesmo com ainda meio inconsciente, totalmente fora da casinha, eles iriam levá-la! Claro que assim seria mais fácil convencê-la a ir. Porque se a estivesse em condições, não iria arredar o pé sem antes velar seu pai e tirar a limpo a história de Jacob!


– Vocês não podem levá-la! – falei mais uma vez. Mas sabendo que todos meus protestos seriam em vão.


- ! – Nadine me olhou advertindo. – Iago é nosso urai agora! Ele é noivo de ! – ela falava calmamente, mas seus olhos diziam “Não se meta em assuntos de gente grande!”– Iago sabe o que é melhor para nós!


– Cara , eu sei da estima que você tem por minha runin (noiva) e a que ela tem por você! E por isso, estou deixando Sérgio no meu lugar no comando de seu povo. Ele é de uma ótima casta, e pensei em anunciar o noivado de vocês dois! – ele disse.


Meus olhos se arregalaram!


Mas eu não era idiota, sabia que ele me fazia aquilo como um favor! Ele queria que eu ficasse grata! E realmente eu estava. Quem era eu para discutir com o urai, e pelo menos agora eu tinha um noivo, um futuro. Sérgio não era tão noivo e bonito que nem Embry, mas era um calon e o melhor de tudo, ele era um Gragel!


– Que boa noticia Iago!- Nadine disse. – Uma boa noticia em um dia tão triste!


Os dois me olharam.


– Obrigada Iago! – agradeci.


– Se houvesse outro modo, claro que ficaria para o velório, mas não tenho como adiar minha partida!


– Claro Iago, nós entendemos!- Nadine respondeu. Eu não sabia o que, mas tinha algo em Iago que me dava calafrio.- Vou começar a arrumar as coisas da minha menina. – Nadine disse e enxugou as lágrimas com a barra da saia.


fica por enquanto! Mas Nadine, – Iago se virou para ela. – Gostaria que você fosse conosco!


– Oh Iago! – Nadine disse agradecida. – Muito Obrigada!


– Partiremos no final da tarde! – ele disse antes de sair.


– Vamos, vamos! – Nadine disse para as outras ciganas. – Temos muito que fazer!


POV


Uma sacudida mais forte me fez abrir os olhos. Pisquei várias vezes tentando me situar onde estava. Olhei para o lado vendo uma cobertura de nuvens brancas abaixo, pela pequena janela oval.


– Acordou mesmo, minha menina?- Nadine me perguntou ao meu lado.


– Nadine, porque estou em um avião?- perguntei muito confusa. Minha cabeça latejava e um zumbido forte estava em meu ouvido.


– Como você está?- Nadine perguntou ignorando minha pergunta. Ela levantou a mão colocando em minha testa. – Não tem febre!- ela disse sorrindo.


– Nadine!- olhei séria para ela. – Por que. Estou. Em. Um. Avião? – perguntei pausadamente.


Ela suspirou.


– Você estava doente, estava em choque! Mas não tinha como Iago te deixar, minha menina. Ele precisava voltar para Itália!


– Itália? – perguntei assustada. Meu coração falhando algumas batidas.


– Calma ! Se não vou ter que pedir para Iago te sedar novamente!- Nadine disse séria.


– Me sedar? Então foi assim que vocês conseguiram me separar de meu pai? De Jacob?


– Jacob? Quem é Jacob?- Nadine perguntou. – Você falou dele muitas vezes!


O que eu faria?


Olhei pela janela novamente.


– Meu pai! – sussurrei.


– Minha menina,– Nadine passou a mão pelo meu cabelo. – Seu pai já foi velado, minha filha!


Senti uma lágrima correr pelo meu rosto.


Eu me lembrava de todas as circunstâncias que Bato havia morrido. A discussão com Benicio! Bato tentando defender minha honra! Honra que eu não tinha mais! Jacob! Jake havia ido atender um chamado da ex namorada!


Ele recebeu um telefonema de Bella, e foi se encontrar com ela!


Não! Ele não me deixou! Ele ia voltar!


Ofeguei com a dor que atravessou meu peito.


Eu te amo, ! a voz de Jake retumbando em meus ouvidos!


– Eu te amo! – sussurrei.


– Ela está bem?


Ouvi uma voz ao longe.


– Não sei!- Nadine disse angustiada. – Ela não parece estar muito consciente.


– Nós estamos quase chegando!


Abri os olhos, tentando focalizar ao meu redor.


– Principessa, como você está?- Iago me perguntou.


Estreitei os olhos olhando o carro ao meu redor.


– Onde estamos?- perguntei para Nadine que estava sentada ao meu lado no banco trazeiro de um carro.


– Quase em casa! – Iago respondeu. Ele dirigia e olhou para fora, indicando as montanhas a direita.


– Onde?- perguntei confusa, vendo a ostentosa construção antiga em cima dos morros na lateral da estreita estrada.






– Volterra! – ele informou.

32 comentários:

Clau disse...

Desesperada por uma continuação de Gypsy ... não posso ficar nesta angustia para saber se o Jake consegue encontrar a PP... Por favor, não abandone a fic. :(

Adriana MB. disse...

Ai flor, continua por favor, já tava louca pensando que tu tinha abandonado a fic!
Continua por favor¹

Anix disse...

Ain eu li tudo de novo só p/ matar a saudade Y.Y
Continua postando please *-*
Eu vou morrer se não souber o que acontece com esses dois D:

BjaO

juliy disse...

fiquei super feliz de saber q vc vai continuar a fic.bjss

Nathalia disse...

Putiz...vim na seca pensando que era um cap. novo =/
Pelo menos vc vai continuar né Anne???
PLIS!!!!!!!!!!!!
Amooo essa FIC
#CAMPANHACONTINUAGPSYANNE

Binhablack disse...

Como a Nathalia, também vim na seca atrás de um novo capítulo. "cara do gatinho sherek"
E quero muuuuito que vc continue a fic, ela é magnífica.
Concerteza estou na #CAMPANHACONTINUAGYPSYANNE
Bjssss!!!!!

Juh Black disse...

Dude também pensei que você tinha abandonado a fic, fiquei até mais feliz sabendo que não. ^^
Esperando o próximo.
Bjusss.

Aricia disse...

Leitora Nova louca pelo proximo!
bjo e Parabéns!

Kyth_black disse...

Amo!!
Lok pelo próximo cap!!

Nannah Andrade disse...

Ai que eu li tudo de novo pra matar a saudade.... Como eu amo Gypsy de paixão vou me aderir à campanha #CONTINUAGYPSYANE.... Bjo flor!

ericka jorge disse...

ah continua gypsy puts tava na ansioh,só esperando desde q vc começou a postas no nyah..continua plis!

raquel disse...

Que saudade de gypsy *-*
Louca pro Jake me encontrar!
MAldito seja o Iago, maldito seja o carinha la q matou meu pai!
Posta logo por favor

Karol disse...

Poxa que saudade dessa fic, adorei o capítulo. Esse Iago é estranho mesmo o que será que ele vai aprontar e ainda em volterra. Louca para o próximo.

Bjos

Anônimo disse...

Uau! Eu fui pra Voltera??? E agora??? E Jake???Ahhhhhh morro sem ele....
Aneeeeeeee,que saudade de Gypsy.
Valeu pela att amiga. Amei. bjbjbjbj

raquel disse...

Opa opa opa! Perai!
Volterra? Isso nao ta me cheirando bem...Esse Iago já é estranho, e ainda me leva pra Volterra? To sentindo que vai dar merda
posta logo por favor

Clau disse...

Eu estava com saudades de Gypsy. Voltando para a fic... como assim ele me levou pra Volterra? Será que ele é parente do Aro? Isso me dá calafrios.

Binhablack disse...

"dandopulinhosdealegria"
Gypsy de volta, ahhhh, que saudade estava dessa fic, que bom que voltou a postá-la.
Que Iago mais filho da mãe, me arrastou pra Volterra, pra longe do meu lobinho, aff, que ódio.
Sinto cheiro de encrenca e pior de sanguessugas à vista, algo me diz que esse Iago não é flor que se cheire, ele me dá calafrios, uhhhhh!!!!
Amandooooo, bjssss!!!!

Adriana MB. disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH GYPSY! [/fimdomomentoloucura
Não acredito que a fic volto, nossa como eu sou apaixonada por ela, Volterra que vbabado é esse!
Volterra, me lembra a vampiros de olhos vermelhos, melhor, certo vampiros de olhos vermelhos!
Amei posta logo flor, muito doida por mais capitulos! :)

Juh Black disse...

OMG quase tive um treco quando vi Gypse na att.
Por favor, não demore tanto assim para atualizar de novo. ><
Sou louca por essa fic.
Estou louca pra saber o que o Iago esconde, o que ele é.
Bjusss.

L.A. Black disse...

OMG! Eu sabia que esse noivinho de meia tigela não prestava! Tava sentindo!
Adorei o capítulo!! *o*
Bjos

BabySuh disse...

NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOO! Eu quero meu Jake de voltaaaa! Buáaaa
OMG! Esse final me deixou na dúvida. Iago, meu lindíssimo noivo, mau, ou bom? tensoooo?
Estava calejada de saudades dessa fic, menina! Não faz isso com a gente de novo não, tá?
Kisses da Baby

Anix disse...

Ahhh finalmente eu tive tempo p/ terminar de ler e comentar...

Eu quero meu Jake!!!
D:
Ele TEM que vir atrás de mim...
Puts eu 'tô em Volterra, segura é que eu não estou u.u

BjaO

louise disse...

Simplesmente uma das melhores fics q já li até hoje. Li tudo de uma vez! kkkkk Espero que vc poste logo mais um cap... Pleeeeeeeeeeease! Qdo vai ter att? Adorei mesmo, xoxo

stephanne disse...

ai Ane fiquei tão feliz de ver que vc postou um novo cápitulo, poxa gosto tanto dessa fic, tá super legal flor, parabéns

Lay disse...

Oh. Meu. Deus....
Não tive a oportunidade de deixar um comentario antes, mas deixo agora (:
Devo dizer que estou simplesmente adorando, ou melhor, amando a historia, nunca li algo tão fascinante assim. Sua historia é muito boa, mesmo. =D

Nina disse...

Volterra?! Nãooo! Quero voltar pra meu lobinho! Posta mais Ane, please!!

Fabiola Almeida disse...

Sua fic é incrível, tô amando!
Continua, por favor...

Thay disse...

oh !! DEIXANDO NÓS AQUI LOUKS POR SABER O QUE ACOTECEU SIMPLISMENTE 0-VOLTERRA....putz ele é um vampiro ?
Continua se ñ enlouqueço!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Omg! Continuee, pleasee!
Beijinhos ;)

Gabriela Ribeiro disse...

continua que eu amei. Quero muito saber a continuação, pf!
Bjuss

Anônimo disse...

Continua pleeeeeeeeeease!!

@ViviRamos. disse...

Continuaaaaa
Por favor...